tag:blogger.com,1999:blog-33264679907408552192024-03-18T22:45:19.318-04:00Robson FragaEste é um espaço democrático destinado à troca de opiniões e a liberdade de expressão. Leia meus textos, assista os vídeos e faça suas críticas.Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/02659030532341964459noreply@blogger.comBlogger450125tag:blogger.com,1999:blog-3326467990740855219.post-5576201968874419832016-12-31T15:27:00.000-03:002018-08-08T23:20:19.517-04:00A farsa<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="MsoNormal">
“Mentiram-me. Mentiram-me ontem e hoje mentem novamente.
Mentem de corpo e alma, completamente. E mentem de maneira tão pungente que
acho que mentem sinceramente. Mentem, sobretudo, impune/mente.”<br />
<br />
Quando ouvi Affonso
Romano de Sant'Anna dizer isto, logo me dei conta da política do meu país. Por aqui, infelizmente, “mentem tão nacional/mente que acham que mentindo história afora vão enganar a
morte eterna/mente.”</div>
<div class="MsoNormal">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhezI3uaZQY9Fweb0__lDCoEtveLjXLDCsmdNqttURxJ8SH5w8thyphenhyphenobqAMiJABkPE1e0hp2dukrmoix8315Z1_h2lwh0DIKPe1A8HQ5AVYYwEd0ZaVYQZ7eGr_EgWZhMNRzXiwNuimTaiM/s1600/mendigo.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhezI3uaZQY9Fweb0__lDCoEtveLjXLDCsmdNqttURxJ8SH5w8thyphenhyphenobqAMiJABkPE1e0hp2dukrmoix8315Z1_h2lwh0DIKPe1A8HQ5AVYYwEd0ZaVYQZ7eGr_EgWZhMNRzXiwNuimTaiM/s320/mendigo.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: right;">
<div style="text-align: left;">
Mentiram quando disseram, em 1988, que o país era democrático
e que o voto a partir de então seria livre. Mentira: ainda hoje os coronéis
obrigam o povo ao cabresto quando chega "a urna."</div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: right;">
<div style="text-align: left;">
Mentiram quando disseram que a partir da Constituição os
direitos seriam iguais. Mentira: ainda hoje, vemos crianças fora da escola; homens
e mulheres passando fome; famílias inteiras sem ter onde morar; mendicância nas
filas do atendimento público de saúde; 13 milhões de brasileiros desempregados
e outros tantos no subemprego.<o:p></o:p></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Mentiram quando falaram da liberdade de expressão. Mentira:
ainda hoje jornalistas são perseguidos. Gays, lésbicas e simpatizantes
hostilizados nas ruas por que amam diferente daqueles que acham normal apenas
uma forma de amor. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Mentiram quando disseram que educação era obrigação do Estado
e direito de todo cidadão. Mentira: ainda hoje adultos morrem analfabetos sem
sequer poderem assinar seus nomes. Crianças chegam ao ensino médio sem conhecer
direito as básicas operações matemáticas. Professores nos rincões de pobreza do
país são analfabetos funcionais.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Mentiram quando disseram que o Brasil é a pátria de todos. Mentira:
ainda hoje Amarildos, Silvas e Marias vivem num país desigual onde a pobreza é
vista por PMs despreparados como sinônimo de bandidagem. E por isso, estes
desfavorecidos das favelas cariocas são presos, apanham e choram tentando
provar inocência sob a acusação de tráfico.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Mentiram quando inventaram que brasileiro gosta de pão e
circo. Mentira: não gostamos, aceitamos pra não morrer de tanto chorar vivendo num país tão desigual.<o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
“Sei que a verdade é difícil e para alguns é cara e escura. Mas
não se chega à verdade pela mentira, nem à democracia pela ditadura”, já dizia
o poeta Affonso Romano de Sant'Anna.</div>
<div class="MsoNormal">
<o:p></o:p></div>
</div>
<div class="blogger-post-footer"><div><embed src="http://widget-7b.slide.com/widgets/slideticker.swf" type="application/x-shockwave-flash" quality="high" scale="noscale" salign="l" wmode="transparent" flashvars="cy=ok&il=1&channel=3026418949616169339&site=widget-7b.slide.com" style="width:426px;height:320px" name="flashticker" align="middle"></embed><div style="width:426px;text-align:left;"></div></div></div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3326467990740855219.post-75182097181303769002016-07-27T13:51:00.002-04:002016-07-27T22:07:03.327-04:00E a tal da inspiração, de onde vem?<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="MsoNormal">
Era terça-feira, mas não uma terça qualquer. Aquela era
especial. Afinal de contas, era dia de contar estórias. Naquela sala coral
estavam reunidos os melhores aprendizes das letras. Tinha gente de Campos, de
Nova Iguaçu e até da Bahia. Atentos, os novos escritores tentavam entender nas
entrelinhas de Armando Nogueira como fazer de um texto uma crônica esportiva.</div>
<div class="MsoNormal">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhGgKFdrb-hl8RTsgkFfNYO3NjsrpEM31_lFhM09-b7qkp6hCEOvMsyvHdEFxL0D1nI9zWVHqdS6ydHX7IOdXoAPGLxsszdOB75zmtg16wnZfNB77IdB02oPEnhlOGtf9M1hOorY3NSxy0/s1600/plano-de-aula-de-leitura-e-escrita-de-cronicas.jpeg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="192" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhGgKFdrb-hl8RTsgkFfNYO3NjsrpEM31_lFhM09-b7qkp6hCEOvMsyvHdEFxL0D1nI9zWVHqdS6ydHX7IOdXoAPGLxsszdOB75zmtg16wnZfNB77IdB02oPEnhlOGtf9M1hOorY3NSxy0/s400/plano-de-aula-de-leitura-e-escrita-de-cronicas.jpeg" width="400" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
Nas prosas do craque tudo chamava a atenção: a bola, o
gramado, os uniformes e a conversa alta dos meninos em um campinho da Baixada
Fluminense. Cada palavra, atitude ou gesto usados por Armando precisavam ser
atentamente observados pelos alunos da professora Edda, já que os elementos eram
tijolinhos daquela construção literária. Estava tudo perfeito. Sentia-me como
se ainda estivesse na sala da tia Marilda que durante o primário me convidava a
navegar no mar da literatura brasileira. De repente, um barulho:</div>
<div class="MsoNormal">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br />
- Que que é pra fazer, Joana? Perguntava um certo funcionário
da instituição que nos presentava com aquela oficina de prosa.</div>
<div class="MsoNormal">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Teve gente que não se abalou e continuou vidrado nas crônicas do Armando. Mas eu, jornalista, sempre prezei pelo silêncio na hora de escrever
e fiquei irritado. Como podia alguém interromper uma aula de forma truculenta e
descabida? Ora bolas, um desrespeito sem tamanho! Aquele sujeito tinha
atrapalhado nossa terça-feira especial simplesmente para retirar da sala uma
lousa que seria usada num outro dia, por uma outra turma qualquer; não
pela nosso seleto grupo de aprendizes!<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
De repente me veio à cabeça as aulas no Colégio Leopoldo.
Lembro-me como se fosse hoje: ai de quem interrompesse a professora
Marilda por um motivo tão banal. Seria logo taxado de mal-educado e convidado a
se retirar. Ainda mais se o tema fosse crônicas esportivas de Fernando
Calazans, Armando Nogueira ou Nelson Rodrigues. Todos craques da literatura
contemporânea.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Passado o susto, voltei aos estudos e reli: a crônica é um
texto em primeira ou terceira pessoa, escrito em prosa. Narrativo e descritivo,
às vezes cronológico e quase sempre de teor contemporâneo. Muitas vezes usa da metalinguagem e
sempre que possível abusa de outras figuras de linguagem. No bojo, são textos atuais.<o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
Dei-me conta que a entrada triunfal daquele servidor do SESC
não havia sido de todo ruim; na verdade não fora. Ao contrário, foi um grande
presente do acaso. Relatar toda aquela situação era a inspiração que me faltava para
escrever esta minha primeira crônica.</div>
<div class="MsoNormal">
<o:p></o:p></div>
</div>
<div class="blogger-post-footer"><div><embed src="http://widget-7b.slide.com/widgets/slideticker.swf" type="application/x-shockwave-flash" quality="high" scale="noscale" salign="l" wmode="transparent" flashvars="cy=ok&il=1&channel=3026418949616169339&site=widget-7b.slide.com" style="width:426px;height:320px" name="flashticker" align="middle"></embed><div style="width:426px;text-align:left;"></div></div></div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3326467990740855219.post-14541195039708348482016-07-26T11:53:00.000-04:002016-07-27T13:27:04.942-04:00SUS bate à porta da UTI<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhm1MTUn_YUux6eobODvBhtxH4Ec8m7Ppu6USyLXrVwA1Y2fOUQDXdU-zMvHAw4JNrvfm7jL4pOwQkV6AiFVENOOjaIp5NYMFxXz4mpxueRcL9y9FQAfgVgjlpaXmGa_4aWSSXLDGYiaV0/s1600/saude_direito_nao_negocio.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhm1MTUn_YUux6eobODvBhtxH4Ec8m7Ppu6USyLXrVwA1Y2fOUQDXdU-zMvHAw4JNrvfm7jL4pOwQkV6AiFVENOOjaIp5NYMFxXz4mpxueRcL9y9FQAfgVgjlpaXmGa_4aWSSXLDGYiaV0/s320/saude_direito_nao_negocio.jpg" style="cursor: move;" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
<div class="MsoNormal">
Que a saúde pública anda mal das pernas e precisando de
atendimento em UTI todo mundo já sabe, menos o secretário de governo de Campos
dos Goytacazes. Enquanto passa o tempo em articulações politico-eleitorais, o
coitadinho não tem tempo para averiguar, de verdade, como andam as unidades
municipais de saúde.</div>
<div class="MsoNormal">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Em um jornal, supostamente de sua propriedade, disse ele ter
recebido denúncias de moradores do bairro Jardim Carioca, em Guarus, de que no
Posto de Urgência (PU) faltavam médicos: péssima notícia pra quem nunca sabe o
que fazer a cada taquicardia ou palidez. O bonitinho das ocasiões especiais
tomou tento, foi lá e viu com os próprios olhos que dos oito profissionais do
plantão apenas dois estavam em serviço. Teve tempo ainda de verificar
problemas no aparelho de raio-x, no sistema de ar-condicionado e percebeu que
faltavam alguns medicamentos na farmácia pública. O problema é que estas
dificuldades que só agora viu já estão pra se aposentar.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
No PU tudo parece precário. O local em nada lembra um Posto
de Urgências médicas. As paredes estão sem reboco em vários pontos e em outros
há mofo: onde ainda há tinta ela está escondida pela sujeira. Os banheiros mais
parecem fossas destampadas de tanto que fedem. Nos corredores 'cinzas' pacientes
com diferentes diagnósticos ficam amontoados. O mais grave: crianças que
aguardam atendimento pediátrico dividem o mesmo corredor.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Dia desses, uma senhora de 37 anos, moradora do Centro, com
tonturas, náuseas, diarreia e muita dor no corpo chegou à unidade. Foi atendida
por um médico que apenas a mandou tomar soro de reposição sódica nas veias.
Quando chegou à sala de repouso feminino verificou que as macas/camas não
tinham lençóis limpos, aliás apenas duas mantinham seus colchões rasgados
cobertos por pedaços de pano usados por outros pacientes antes dela chegar.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Logo que foi medicada, a tal senhora teve uma crise e correu
pro sanitário, mas pra sua surpresa não havia papel higiênico. O banheiro
estava sujo e não havia nem sabão para os pacientes lavarem as mãos após suas
necessidades. O marido correu à enfermaria para reclamar e se revoltou com a
notícia de que banheiro sujo por ali é coisa comum. A falta de material pra
higiene dos pacientes também. </div>
<div class="MsoNormal">
Semanas antes ele mesmo havia estado na unidade com uma
infecção de pele e teve que recorrer à farmácia comercial que fica em frente ao
PU para comprar a Benzetacil que iria tomar.<br />
<br />
Já pensou se o paciente fosse o
tal secretário de governo que vive às voltas com suas crises nervosas e ataques
súbitos de histeria quando é contrariado por alguém?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
Parece brincadeira de menino levado que fica por ai contando
mentiras só pra sacanear os inimigos, mas não é. A saúde pública vive seus
piores dias e só não vê quem não quer. Sabe por quê? Vou te contar: acompanhar
o dia-a-dia e corrigir problemas administrativos só dá Ibope em época de
campanha eleitoral. Além disso, quem cuida do SUS não utiliza seus serviços
quando a doença aparece. <a href="http://copel.online/" target="_blank"><span style="color: windowtext; mso-fareast-language: PT-BR; mso-no-proof: yes; text-decoration: none; text-underline: none;"><img alt="copel teste" border="0" height="1" src="file:///C:/Users/Robson/AppData/Local/Temp/msohtmlclip1/01/clip_image001.png" v:shapes="Imagem_x0020_1" width="1" /></span></a><br />
<div class="MsoNormal">
<o:p></o:p></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<o:p></o:p></div>
</div>
<div class="blogger-post-footer"><div><embed src="http://widget-7b.slide.com/widgets/slideticker.swf" type="application/x-shockwave-flash" quality="high" scale="noscale" salign="l" wmode="transparent" flashvars="cy=ok&il=1&channel=3026418949616169339&site=widget-7b.slide.com" style="width:426px;height:320px" name="flashticker" align="middle"></embed><div style="width:426px;text-align:left;"></div></div></div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3326467990740855219.post-2121685657290168002016-07-20T07:43:00.000-04:002016-07-20T08:18:31.509-04:00A vida como ela ainda é...<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="MsoNormal">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhk1yHyf77wLVdIfPxORZGTOFdSYnS9oTuSOJGt2bedc9B1SKv7UcwEH7OjQPGAfTNIzF4B7G-leAiJ2GcArlek54jnNvPnTf04tgjNsa9ItK3k8imbjnXnTbMXkxLzSnQr18aPaejpNlw/s1600/Casal.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhk1yHyf77wLVdIfPxORZGTOFdSYnS9oTuSOJGt2bedc9B1SKv7UcwEH7OjQPGAfTNIzF4B7G-leAiJ2GcArlek54jnNvPnTf04tgjNsa9ItK3k8imbjnXnTbMXkxLzSnQr18aPaejpNlw/s400/Casal.jpg" width="360" /></a></div>
Todo dia era a mesma coisa. Quando João se preparava pra
sair a mulher saia com aquela:<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
- Não vai não, fica comigo!<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
- Por que?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
- Não quero ficar sozinha.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Parecia namoro. Tinha cara de romance de novela com muito beijo
na boca. Mas que nada; nada pode ser tão perfeito assim num relacionamento a
dois. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
- Quer saber mesmo? Perguntava a mulher. Não tô te entendendo: toda vez que estou em casa você quer ir pra rua e quando estou na rua
você quer me trancar em casa!<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
- Você deve ser maluca...<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
- Maluca é a sua mãe. Eu te conheço não é de hoje!</div>
<div class="MsoNormal">
<br />
Discussãozinha besta mesmo, tipo das de casal moderno.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
- Não sei onde quer chegar! Quando eu passava o dia inteiro
com a bunda no sofá você me mandava procurar o que fazer. Agora que achei você
reclama. Deve ser doida, só pode ser doida!!!<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
João e Maria estavam casados há vinte anos. Conheciam o
outro mais que a si mesmos, mas nunca se entendiam. Um típico casamento contemporâneo
onde os estranhos decidem juntar os panos e morar juntos. Convenção dos
tempos modernos que nada tem a ver com casamento.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
- Te conheço na palma da mão, dizia a esposa. Não sei o que
tem na rua, mas só pode ser mulher...<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
- Você é louca. Faz um ano que estou desempregado. Não tenho
um tostão... Estou cheio de dívidas... Como pode achar que tenho amante? Mulher
gosta de dinheiro; de homem que paga as contas!<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
- Ah, meu filho, pra sacanagem sempre se dá um jeito. Homem é
bicho safado, num presta! Te conheço na palma da mão. Trabalho é que não é. Faz
dias que você não coloca um centavo em casa!<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
João era um nordestino daqueles que nunca gostou de dengo. Pra ele mulher servia pra cuidar da casa, dos filhos e pra lhe servir à noite na
alcova. Um tipo machista que não aceita ajuda nem mesmo quando está na pior; pelo menos é o que deixa parecer. Se não tinha trabalho fixo fazia bico. Se não
tinha bico, ficava em casa esperando um chamado a qualquer momento. Estava
sempre pronto a servir o primeiro patrão e nunca aceitou que sua mulher
tralhasse fora. Era o homem da casa e sempre dava a última palavra.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
- Por acaso algum dia saí com
você e te deixei pagar a conta? Já mandei você trabalhar pra botar o que comer
em casa?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
A resposta vinha como foguete. Estava na ponta da língua.<o:p></o:p><br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhsB7xSD6CzEDQzDGo_2mormxzk1ssRyp9oz52gBiZHacvvLFk8EPzIxFNOrRFcaIEzJLx0WYqtZQLszSiCC-rA2lcZNggHYr0VTuIeB4s9ItjhhL9smq4ASh9jeYFF_-_yEAJbg_D0z0E/s1600/blog.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="197" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhsB7xSD6CzEDQzDGo_2mormxzk1ssRyp9oz52gBiZHacvvLFk8EPzIxFNOrRFcaIEzJLx0WYqtZQLszSiCC-rA2lcZNggHYr0VTuIeB4s9ItjhhL9smq4ASh9jeYFF_-_yEAJbg_D0z0E/s400/blog.jpg" width="400" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
- Deixar eu pagar as contas você nunca deixou, mas eu pago
mesmo assim. Ou você acha que a energia está ligada e a água na torneira por
obra do divino espírito santo? Por que será que eu passo o dia inteiro com
a barriga naquele tanque, heim? Nunca achou estranho que o varal esteja sempre
lotado? Desconfia sujeito!<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
- O quê? Você está lavando roupa pra fora e num me falou
nada? Virou empregadinha sem eu saber? Tá doida? Que que vão falar de mim... Pior,
o que já devem estar falando? Devo ter virado chacota e nem sei.</div>
<div class="MsoNormal">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Por lá, a roupa suja era lavada no verbo também.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
- Não sei porque tá nervosinho, quando te conheci você estava
desempregado como agora, esqueceu? Meu tio tinha te colocado no olho da rua depois
de descobrir que você tinha emprenhado a filha dele e num quis casar com ela. Mesmo
assim eu caí na besteira de ficar contigo. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
- Você é louca. Eu que larguei aquela uma porque não servia
pra mim. Já tinha se deitado com todo mundo e o véio achava que a barriga dela
era culpa minha. Ali não tinha nenhuma santa e você sabe disso; por isso ficou
comigo!<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
- Isso num importa. Naquela época você não tinha dinheiro,
tinha fama de mulherengo e mesmo assim eu caí na sua lábia, cachorro. Você era
um duro como é agora. Dinheiro não é tudo não, meu filho. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
- Mas agora é diferente. Eu sou um homem sério, trabalhador,
pai de filhos, casado. Me respeita. <o:p></o:p></div>
- E daí, deixou de ser homem? Passou a prestar?<br />
<div class="MsoNormal">
<o:p></o:p></div>
</div>
<div class="blogger-post-footer"><div><embed src="http://widget-7b.slide.com/widgets/slideticker.swf" type="application/x-shockwave-flash" quality="high" scale="noscale" salign="l" wmode="transparent" flashvars="cy=ok&il=1&channel=3026418949616169339&site=widget-7b.slide.com" style="width:426px;height:320px" name="flashticker" align="middle"></embed><div style="width:426px;text-align:left;"></div></div></div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3326467990740855219.post-36330102786241468472016-07-19T22:23:00.002-04:002017-05-24T16:32:49.307-04:00Sopa de letrinhas<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh5xXeGVRBmwu4Mfmud5GlN5vHFuiPzQlzGYXWiHPlCDYidrw9mN0Uk7Foeu6UfBsNOo6PvS7z7SWd9UM_IRYSjuh6JQRUIUnFTwikTETbcDmeyZHdhlz1xHndvIYOoJLKU-QuZIfWUsUui/s1600/sopa.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="300" data-original-width="450" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh5xXeGVRBmwu4Mfmud5GlN5vHFuiPzQlzGYXWiHPlCDYidrw9mN0Uk7Foeu6UfBsNOo6PvS7z7SWd9UM_IRYSjuh6JQRUIUnFTwikTETbcDmeyZHdhlz1xHndvIYOoJLKU-QuZIfWUsUui/s320/sopa.jpg" width="320" /></a></div>
A língua portuguesa sempre teima em nos deixar confusos com suas palavras e significados. Comigo sempre foi assim. Custei pra entender que manga servia para dar nome a uma das frutas que mais gosto, mas também pra especificar uma das partes que compunham as camisas que minha avó costurava pra oferecer na feira bem ao lado da barraca onde véio Chico vendia frutas. E braço? Como uma parte do corpo também poderia “ser parte” de um sofá?<div>
<br />Mas, nada me deixou mais confuso do que a palavra sucesso. Tinha cerca de oito anos quando o vizinho da frente estacionou em sua porta um Escort XR3 vermelho, conversível, que de tanto brilhar me ofuscava a visão. Era o carro da moda, lançamento do ano. Meu pai olhou pra máquina, pra mim, e disse:<br /><br /> - Lindo, não é filho? Deve custar um bocado de dinheiro. Coisa pra gente rica, de sucesso.<br /><br />Dias antes, tinha ouvido minha mãe dizer a uma amiga, na sala lá de casa, que sucesso era estar na novela das oito, como o Fagundes, de quem ela era fã. Eu nunca o tinha visto em um Escort XR3; nem mesmo nas propagandas da televisão.<br /><br /> Naquela época, a tal palavrinha também era usada por uma marca de cigarros pra enganar os consumidores e vender seu produto: Hollywood, o sucesso! Ora, como estas sete letrinhas juntas poderiam ser sinônimo de prazer (adquirir um bem pessoal) e ao mesmo tempo qualificar um 'troço à base de nicotina' que, como se sabe, faz tão mal às pessoas?<br /><br /> Os anos se passaram, a palavra foi ganhando cada vez mais significados e eu ficando cada vez mais encafifado. Na minha rua morava um certo doutor Antônio Reis. Por lá, todos diziam que era fruto de uma família pobre, mas que com muito esforço tinha chegado à universidade se tornando bacharel em Direito. Magistrado aos 45 anos, era considerado pela comunidade um homem de sucesso. Mais um significado!<br /><br /> Só fui entender mesmo o que aquelas letrinhas queriam dizer quando conheci o professor Ademir. Sumidade na língua portuguesa, ele me explicou que significado é o sentido da palavra; o valor que damos a ela. Portanto, pra saber o que significa sucesso e outras palavrinhas como manga, braço, pé, cabeça, dente, etc., é preciso sempre analisar o contexto onde cada uma está inserida.<br /><br /> Enquanto para uns sucesso significa ter dinheiro, poder, posses... Para outros é fumar o cigarro da moda ou simplesmente vestir uma roupa de marca. Ao mesmo tempo, para os menos preocupados com o vil metal e mais atentos às atitudes, sucesso pode significar apenas trabalhar no que gosta e ser feliz.<br /><br /> Agora sei que sucesso só significa sucesso quando a palavra tem sentido pra alguém.<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
</div>
<div class="blogger-post-footer"><div><embed src="http://widget-7b.slide.com/widgets/slideticker.swf" type="application/x-shockwave-flash" quality="high" scale="noscale" salign="l" wmode="transparent" flashvars="cy=ok&il=1&channel=3026418949616169339&site=widget-7b.slide.com" style="width:426px;height:320px" name="flashticker" align="middle"></embed><div style="width:426px;text-align:left;"></div></div></div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3326467990740855219.post-17707315512277980602016-07-19T19:01:00.002-04:002016-07-20T00:39:19.721-04:00Rio Maravilha<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="MsoNormal">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjD2cCzsPuDqbdmBzeJ7sQgpc0U9D-1-U-aKOPanQJJxtLDzSo5IU0YNV-fRIN9bchc_LBE51wh0_GG6-DBrmxD7in9j-nATUiccQ5q9QW_LLByBZyC6KSLCB4ePKgzsrj9KMUx1P_eqIY/s1600/yuri_1+%25281%2529.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="281" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjD2cCzsPuDqbdmBzeJ7sQgpc0U9D-1-U-aKOPanQJJxtLDzSo5IU0YNV-fRIN9bchc_LBE51wh0_GG6-DBrmxD7in9j-nATUiccQ5q9QW_LLByBZyC6KSLCB4ePKgzsrj9KMUx1P_eqIY/s400/yuri_1+%25281%2529.jpg" width="400" /></a></div>
Naquele domingo tudo parecia perfeito. No Rio, os
termômetros marcavam 35 graus. O céu estava azul e uma leve brisa soprava nos
rostos cariocas mais dispostos. Era certo, daria praia. Como de costume corri ao supermercado, comprei uns biscoitos, água de coco - que no playground carioca anda
pela hora da morte, e, é claro, algumas cervejinhas. Afinal de contas, Ipanema
sem a loira gelada é como namoro sem beijo na boca.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Tudo parecia perfeito não fosse aquele brutamontes com seu PitBull se achando o dono do pedaço. Mal coloquei os pés a areia e a primeira
surpresa: uma bomba deixada pelo monstro de quatro patas. Não sabia quem era
mais desatento: o quadrúpede ou o animal que o cria.</div>
<div class="MsoNormal">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
O Arpoador de areias claras e ondas maliciosas já não era
mais o mesmo; nem de longe lembrava o paraíso da minha infância! Naquela época,
sempre que chegava à orla era recebido com a música do vendedor de Mate "olha o mate, Mate Leão", os
gritos do homem do picolé "olha ae o picolé... ô gelado!" e pelos insistentes chamados do Carlinhos do Queijo Coalho
tentando convencer meu pai a matar a fome e os desejos da garotada "ô seu Cezar, os menino tá com água na boca!". A criançada
se divertia jogando bola e construindo seus castelinhos de areia. Já os
marmanjos... Esses passavam o tempo praticando uma especialidade carioca: analisar
a mulherada!<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Hoje está tudo diferente. O cheiro do camarão na brasa deu
lugar ao da urina dos bêbados apressados e dos cães desavisados que usam a praia como sanitário. A criançada não arreda os pés de perto dos pais isoladas
em seus mundinhos virtuais. A conversa tranquila deu lugar à preocupação com os arrastões
agora tão comuns. Nem parece que estamos naquela cidade que um dia pôde se orgulhar de ser chamada de maravilhosa!<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Se meu pai estivesse vivo certamente iria reclamar. Ele que
sempre gostou de correr com os pés molhados hoje teria de tomar cuidado pra não
cortá-los nas garrafas esquecidas na areia. Ambientalista engajado certamente
denunciaria a prefeitura por tamanho descaso: ora, onde já se viu manchar um
cartão postal com restos de comida, lixo e falta de vontade política? Ainda bem
que o velho Cezar descansou: ele não aguentaria ver seu Rio assim.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br />
Nos dias de hoje vale mais à pena ficar em casa. Rio Maravilha só nas canções do Jobim ou nas telas da TV.</div>
</div>
<div class="blogger-post-footer"><div><embed src="http://widget-7b.slide.com/widgets/slideticker.swf" type="application/x-shockwave-flash" quality="high" scale="noscale" salign="l" wmode="transparent" flashvars="cy=ok&il=1&channel=3026418949616169339&site=widget-7b.slide.com" style="width:426px;height:320px" name="flashticker" align="middle"></embed><div style="width:426px;text-align:left;"></div></div></div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3326467990740855219.post-37282352158792682842016-07-16T20:17:00.002-04:002016-07-18T09:17:18.503-04:00Os jovens e a tal 'ostentação'<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
- O comédia tá doido pra perder o celular.<br />
- Quer aparecer!<br />
- Já já vem um doído e acaba com a onda dele.<br />
<br />
Ouvi essa conversa quando chegava à escola pra buscar meu filho. Partia de dois meninos criticando a atitude de um colega que simplesmente falava ao celular na calçada à vista de qualquer um. Ele usava um desses aparelhos modernos que parecem pé de fruta e já vem com uma maçã! Não parecia ter qualquer pretensão de usurpar olhares, mas já havia virado motivo de chacota. Talvez porque o sonho de consumo de seus críticos seja possuir um brinquedinho igual, que além facilitar a comunicação funciona praticamente como minicomputador.<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: left;">
<span style="font-family: "cambria" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: left;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEigwUB0lLK66Q0tz-upYI3U_Vf8w6QYvyReXEIzcX6_el-oEwe-OehrJ3thGp8w7gQOahtAa5OTqIhRhpv5JSHgCf8UTK5gxLjoftB3Umc5HlWCXc2JeZ4KX5kjFpwgS20Kq7aVGvi50pU/s1600/mc.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEigwUB0lLK66Q0tz-upYI3U_Vf8w6QYvyReXEIzcX6_el-oEwe-OehrJ3thGp8w7gQOahtAa5OTqIhRhpv5JSHgCf8UTK5gxLjoftB3Umc5HlWCXc2JeZ4KX5kjFpwgS20Kq7aVGvi50pU/s320/mc.jpg" width="320" /></a>A situação anda tão feia no Rio de Janeiro que ninguém mais pode usar seus objetos sem medo, pensei; achando que era essa também a preocupação dos meninos. Mas, logo percebi que estava errado quando cheguei mais perto e pude ouvir o fundo musical de toda aquela crítica. Em seus aparelhos menos vistosos, mas também potentes, os manos se deliciavam ao som dos “novos pensadores brasileiros.” <br />
<br />
Olhei pro espelho e preparei um plano</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: left;">
Cordão de ouro pesado<br />
Rolex tenho sobrando<br />
No meu guarda-roupa uma coleção de kit's<br />
Só estampa de marca parece uma loja de griff<br />
Entrei na minha garagem puro conforto das naves<br />
Bmw-X6 e uma linda maserati<br />
Mais que bela visãodo Ap do Guarujá<br />
A vida agora é Vip com a lancha de 3 andar<br />
<br />
Meu Deus, que porcaria, sussurrei tentando entender o que se passa na cabeça dos jovens de hoje. E enquanto esperava meu filho dar as caras consegui prestar atenção ao refrão de outra maravilha que, ainda por cima, tinha a pretensão de soar como poesia:</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: left;">
<br />
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhBhCy74AhU9AX1Xu1h0su9c902iTxUz7GOGKUg7BHKNU9yr_AEsWRt5ekpzEykJh-e7HSW_seug0OJ5C6c3qDo7etT5c2v2MmDDOXjVMpsVCgzqYOBTR7H1mGfs6USDztEeksZJKMl82I/s1600/hqdefault.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="211" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhBhCy74AhU9AX1Xu1h0su9c902iTxUz7GOGKUg7BHKNU9yr_AEsWRt5ekpzEykJh-e7HSW_seug0OJ5C6c3qDo7etT5c2v2MmDDOXjVMpsVCgzqYOBTR7H1mGfs6USDztEeksZJKMl82I/s320/hqdefault.jpg" width="320" /></a>Sonhar, nunca desistir<br />
Ter fé, pois fácil não é, nem vai ser<br />
Tentar até se esgotar suas forças<br />
Se hoje eu tenho eu quero dividir<br />
Ostentar pra esperança levar e o mundo sorrir<br />
<br />
Caramba, devo estar velho. Na minha época “levar esperança” não tinha nada a ver com ostentação. Acompanhar a trajetória de um menino pobre que consegue superar as adversidades e se formar na universidade, muitas vezes como o primeiro graduado de sua família, isso sim nos fazia acreditar em dias melhores.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: left;">
<br />
O fato é que as coisas mudaram. Os jovens mudaram. As famílias mudaram e os valores foram deixados de lado. Minha avó, professora por mais de trinta anos, costumava dizer que a tarefa da escola é alfabetizar a criança e estimular o jovem através de atividades pedagógicas e do raciocínio lógico a adquirir conhecimento pra que quando adulto esteja preparado pra decidir o que fazer da vida. Mas, mais importante que isso, cabe à família educar seus filhos através de exemplos e da vigilância. <br />
<br />
Uma criança criada numa casa onde há diálogo e estímulo à leitura... onde se ouve boa música, se vê bons filmes e programas de qualidade... onde se discute política, comportamento e relacionamento social... onde se fala de tudo, absolutamente tudo, e se põe regras e limites terá maiores chances de se tornar um jovem crítico e de bom convício social. Certamente este indivíduo não fará da ostentação uma filosofia como querem os MCs por eles idolatrados hoje. <br />
<br />
É preciso trazer discussões como sexo, drogas, dinheiro, desemprego, violência, educação, respeito ao próximo, amor próprio, religião, importância dos estudos e do trabalho pra roda de conversa com os filhos. Conceitos de segurança púbica e responsabilidade social. Estamos forjando cidadãos e não esculpindo estátuas.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: left;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: left;">
Lares desajustados onde não há qualquer tipo regra e o crescimento das crianças corre a gosto do freguês inibem o senso crítico e permitem amizades perigosas e escolhas equivocadas. Infelizmente, muitas famílias estão deixando pras escolas e pro mundo à educação de seus filhos. E nesta inversão de papéis produzindo meninos e meninas mais atentos à ostentação que preocupados com a sociedade em que vivem.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: left;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: left;">
Em outros tempos, penso que ao invés de criticarem o colega que ostentava um celular caro no meio da rua aqueles meninos, da escola do meu filho, teriam aconselhado o rapaz a usar seu telefone apenas em ambientes seguros, como o pátio do colégio para autoproteção. Mas, como estou ficando velho, talvez esteja enganado. Será?</div>
</div>
<div class="blogger-post-footer"><div><embed src="http://widget-7b.slide.com/widgets/slideticker.swf" type="application/x-shockwave-flash" quality="high" scale="noscale" salign="l" wmode="transparent" flashvars="cy=ok&il=1&channel=3026418949616169339&site=widget-7b.slide.com" style="width:426px;height:320px" name="flashticker" align="middle"></embed><div style="width:426px;text-align:left;"></div></div></div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3326467990740855219.post-77221790627508701612016-07-13T06:43:00.003-04:002016-07-13T22:52:14.408-04:00Namoro<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: center;">
</div>
<div class="MsoNormal">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj-Wos-OcmtysrI759WO9rrdHwZFbUNhddVxqqKQvDWtZtsvxfg3b9Uic3OixD1NmDqfH1RKsN8KdUj_gcxl07b-j2npZ7_f9BJq3i7s2E75iJaRxvjYZiEav98eZHPrYEnbmuYJwDDs-E/s1600/Escrever.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj-Wos-OcmtysrI759WO9rrdHwZFbUNhddVxqqKQvDWtZtsvxfg3b9Uic3OixD1NmDqfH1RKsN8KdUj_gcxl07b-j2npZ7_f9BJq3i7s2E75iJaRxvjYZiEav98eZHPrYEnbmuYJwDDs-E/s320/Escrever.jpg" width="320" /></a>A aula se encaminhava pro final quando, sorrateiramente,
pintou um desafio: escrever um texto a quatro mãos. Ora, a duas já não era
tarefa fácil imagine agora tendo que pensar junto com outro, dividir
sentimentos, ideias, respirar e sentir pra acertar as linhas. Trabalho pra
ninguém botar defeito!<o:p></o:p><br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Parecia início de namoro. Sabe quando você sabe que precisa
sair da inércia e dar o primeiro passo mas fica esperando pelo outro? Era mais
ou menos assim. Os olhares se encontravam na dúvida, os lábios se espremiam no
medo de dar um palpite errado e as mãos, ah as mãos, queriam avançar, mas
estavam presas na incerteza.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
De repente as cadeiras se aproximaram, os olhares expulsaram o medo e as bocas se abriram pra primeira ideia. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
- Já que está difícil começar o texto, vamos falar desta
dificuldade.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
- Ah, não, isso seria óbvio demais!<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
- Mas como assim, nem me conhece e já está dizendo que sou
previsível?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Mulheres, ah, mulheres, complicadas, mas perfeitinhas.
Sem perceber ela acabara de ditar o tema da crônica: relacionamento. Nada
melhor pra expressar ‘dificuldades’ que os relacionamentos humanos. São como
estórias perfeitas: têm início, meio e fim; e assim são os textos. Como no
namoro, primeiro a gente decide sobre o que falar. Depois se põe à disposição, dá
um chute na timidez e cospe de uma ou outra forma o que está preso no peito. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Estava posto então o primeiro ensinamento da oficina e
certamente o objetivo daquela proposta indecente de texto a quatro mãos: escrever
é transpirar, organizar as ideias... se debruçar sobre o novo pra dominar o desconhecido.
Nada diferente do primeiro dia de namoro.</div>
</div>
<div class="blogger-post-footer"><div><embed src="http://widget-7b.slide.com/widgets/slideticker.swf" type="application/x-shockwave-flash" quality="high" scale="noscale" salign="l" wmode="transparent" flashvars="cy=ok&il=1&channel=3026418949616169339&site=widget-7b.slide.com" style="width:426px;height:320px" name="flashticker" align="middle"></embed><div style="width:426px;text-align:left;"></div></div></div>Unknownnoreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-3326467990740855219.post-8998026937986339412016-07-11T17:28:00.002-04:002016-07-11T19:37:47.487-04:00É só Poesia<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div style="text-align: center;">
<div style="text-align: justify;">
<div class="" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="text-align: right;">Que da dor sai a poesia</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: left;">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<div style="text-align: right;">
<div style="text-align: right;">
<div style="text-align: center;">
Muita gente acredita<o:p></o:p></div>
</div>
</div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<div style="text-align: right;">
<div style="text-align: right;">
<div style="text-align: center;">
Mas que rancor,<o:p></o:p></div>
</div>
</div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<div style="text-align: right;">
<div style="text-align: right;">
<div style="text-align: center;">
Gente sofrida.</div>
</div>
</div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<div style="text-align: right;">
<div style="text-align: right;">
<div style="text-align: center;">
A poesia apenas imita a vida.<o:p></o:p></div>
</div>
</div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<div style="text-align: right;">
<div style="text-align: center;">
<br />
<div style="text-align: right;">
O poeta se debruça sobre o mundo,</div>
</div>
</div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<div style="text-align: right;">
<div style="text-align: center;">
<o:p></o:p></div>
</div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<div style="text-align: right;">
<div style="text-align: center;">
<div style="text-align: right;">
Sobre o tempo,<o:p></o:p></div>
</div>
</div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<div style="text-align: right;">
<div style="text-align: center;">
<div style="text-align: right;">
Sobre a alma.<o:p></o:p></div>
</div>
</div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<div style="text-align: right;">
<div style="text-align: center;">
<div style="text-align: right;">
Tentar mensurar sua fonte<o:p></o:p></div>
</div>
</div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<div style="text-align: right;">
<div style="text-align: center;">
<div style="text-align: right;">
É egoísmo inútil.<o:p></o:p></div>
</div>
</div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<div style="text-align: right;">
<div style="text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhrs-vvK7H_-GSrzH7ORWGKewN9k6SPdhjU-YuBkWdv5IHDnnuQUzitug1lMuAZEXROfo74ckWEhKvm2h2NvTSKgN60LgNgTzq3PGQf8yQa-8LW1pqIBPKGR6j-M82w0FLXPedx0e84JYo/s1600/poesia.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhrs-vvK7H_-GSrzH7ORWGKewN9k6SPdhjU-YuBkWdv5IHDnnuQUzitug1lMuAZEXROfo74ckWEhKvm2h2NvTSKgN60LgNgTzq3PGQf8yQa-8LW1pqIBPKGR6j-M82w0FLXPedx0e84JYo/s320/poesia.jpg" width="320" /></a><br />
<br />
<div style="text-align: left;">
Dar a volta por cima e achar a palavra</div>
</div>
</div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<div style="text-align: right;">
<div style="text-align: center;">
<o:p></o:p></div>
</div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<div style="text-align: right;">
<div style="text-align: center;">
<div style="text-align: left;">
É ofício pra quem desfruta do verso.<o:p></o:p></div>
</div>
</div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<div style="text-align: right;">
<div style="text-align: center;">
<div style="text-align: left;">
O artífice das letras constrói monumentos<o:p></o:p></div>
</div>
</div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<div style="text-align: right;">
<div style="text-align: center;">
<div style="text-align: left;">
E no lúdico cria seus próprios tijolos.<o:p></o:p></div>
</div>
</div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<div style="text-align: right;">
<div style="text-align: center;">
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
</div>
</div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<div style="text-align: right;">
<div style="text-align: center;">
O mundo é tão vasto e tão mundo<o:p></o:p></div>
</div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<div style="text-align: right;">
<div style="text-align: center;">
Que neste universo que chamas poesia<o:p></o:p></div>
</div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<div style="text-align: right;">
<div style="text-align: center;">
Sempre há espaço pro novo,<o:p></o:p></div>
</div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<div style="text-align: right;">
<div style="text-align: center;">
Ainda que nascido da agonia.<o:p></o:p></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
</div>
</div>
<div style="text-align: center;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
</div>
</div>
</div>
</div>
<div class="blogger-post-footer"><div><embed src="http://widget-7b.slide.com/widgets/slideticker.swf" type="application/x-shockwave-flash" quality="high" scale="noscale" salign="l" wmode="transparent" flashvars="cy=ok&il=1&channel=3026418949616169339&site=widget-7b.slide.com" style="width:426px;height:320px" name="flashticker" align="middle"></embed><div style="width:426px;text-align:left;"></div></div></div>Unknownnoreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-3326467990740855219.post-75209416774666382502016-07-11T11:06:00.002-04:002017-08-01T10:57:28.378-04:00Quem sabe faz a hora<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="MsoNormal">
<div class="MsoNormal">
- Ah, eu até queria a vaga, mas moro longe...</div>
<div class="MsoNormal">
- Onde?</div>
<div class="MsoNormal">
- Uns cinco quilômetros daí. </div>
<div class="MsoNormal">
- Só isso? Rapaz dá pra vir a pé!</div>
<div class="MsoNormal">
- É... Mas eu teria que sair de casa bem mais cedo...</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Assim terminavam as explicações daquele que durante uma
semana tinha tomado o tempo de um contratante em busca de vaga. O candidato
tinha feito de tudo pra conseguir uma entrevista, mas na hora H... Numa das
conversas, chegou a pedir “por favor”, sob a alegação de que era arrimo de
família.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
-Seu Victor, me deixe fazer o teste. Preciso trabalhar, sou
eu quem sustento minha mãe e ajudo a criar dois irmãos. Estou desempregado há
quase um ano, vivendo de bicos. Deixa eu tentar, por favor?</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Não dá mesmo pra entender. Todos os dias os noticiários
contavam da crise econômica e dos milhões de brasileiros desempregados. Gente
diplomada tentando vagas em outras áreas, abaixo de suas qualificações, e
aquele cidadão se dando ao desfrute.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Era 2016. O setor das comunicações estava “numa crise
daquelas” e, ainda assim, uma emissora paulistana tentava a todo custo
contratar jornalistas. Tinha colocado anúncios em jornais, carros de som e nas
redes sociais. Um deles dizia: “Vaga para jornalista, mesmo sem experiência.
Salário de R$ 2.800 + benefícios. Jornada de 30h semanais”. Mesmo assim, não
aparecia ninguém. Intrigado, o diretor de jornalismo se perguntava o que estava
acontecendo. Naquela ocasião a oportunidade era “uma bocada”!<br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg6wfxHbsaeSOECbh4KwupYuv0mbfMh17dOgC0BB_2gwg1UYEKTZSgZSnLAoJ5q3jCrLWZ98AZHufTW-N3dkkT5Fm66TtrHzkIRUuyXV_QuwFavfMmMZLr4n37Jx1trZJT31aJAq2Evhy8/s1600/seguro-desemprego.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="241" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg6wfxHbsaeSOECbh4KwupYuv0mbfMh17dOgC0BB_2gwg1UYEKTZSgZSnLAoJ5q3jCrLWZ98AZHufTW-N3dkkT5Fm66TtrHzkIRUuyXV_QuwFavfMmMZLr4n37Jx1trZJT31aJAq2Evhy8/s400/seguro-desemprego.jpg" width="400" /></a>Por muitas vezes, Victor se pegava pensando em sua própria
história. Aos dezoito anos, ele saía de casa às 4h30 da matina e só retornava
por volta da meia-noite. Servia à Marinha do Brasil e cursava jornalismo numa
universidade distante do local de trabalho e de sua casa. Passava mais tempo no
trânsito e nos seus afazeres que com a família. Não tinha tempo nem pra namorar!
Um dia, perguntado pelo patrão do porquê da vaga ainda está em aberto, respondeu:<br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
- Sabe doutor, quando era jovem, acordava muito cedo.
Engolia o café da manhã e partia pro ponto de ônibus pra não perder a condução
e correr o risco de ficar preso no quartel: o horário era rígido! Morava em
Nova Iguaçu, servia na Ilha do Governador e estudava em São Gonçalo, no Rio de
Janeiro.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Atento, Rosevaldo Chagas ouvia aquele testemunho.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
- De casa ao quartel eram 35 quilômetros. De lá pra
faculdade outros 38 e de volta pra casa 57,6 contatos! Percorria todos os dias
261 quilômetros entre idas e vidas, trocando de coletivos, pra tentar ganhar a
vida e sem reclamar.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
-Nossa!</div>
<div class="MsoNormal">
- Não foi fácil chegar até aqui. Ai me vem um cidadão
suplicando emprego com toda aquela conversa triste e no dia da entrevista liga
dizendo que não tem mais interesse na vaga porque a empresa é longe demais...
Ora bolas, de bicicleta ele levaria cerca de dez minutos de casa até aqui. A pé
no máximo 40, andando a passos de tartaruga!</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
No fim da conversa, Chagas não sabia o que dizer, mas
começou a olhar diferente para aquele funcionário. Estava diante de um profissional
que depois de ter passado por toda esta dificuldade ainda estava a mais de 700
quilômetros de sua família pra fazer valer seu diploma e ajudar a levantar o
jornalismo da empresa.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Quando voltou pra casa não perdeu tempo. Antes que o filho
abrisse a boca pra reclamar mais uma vez de ter que acordar cedo pra estudar
foi enfático.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
- Júnior, meu filho, agora que já jantou escove os dentes e cama!</div>
<div class="MsoNormal">
- Mas, pai... Não quero ir pra escola amanhã, tô cansado!</div>
<div class="MsoNormal">
- Se você quiser ser alguém, meu filho, vai ter que aprender
a se esforçar. A vida é feita de dificuldades, meu caro, e pra tudo tem um
preço. Trata de ir pra cama e agradecer por ter uma família que te dá casa,
comida, educação e escola sem que você precise mover uma palha pra tudo isso.
Eu não estarei aqui pra sempre, Junior.</div>
<div class="MsoNormal">
- Mas pai...</div>
<div class="MsoNormal">
- Vai pra cama, meu filho. Estude e aproveite todas
oportunidades da vida. Amanhã, quando for adulto, pai de família, um homem de
verdade, vai me agradecer e poderá ser um exemplo para seus filhos.</div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
No dia seguinte, o empresário voltou ao labuta certo de que
logo a vaga seria preenchida, já que havia escolhido um gestor que sabia o
valor que o trabalho tem para um homem.</div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
</div>
<div class="blogger-post-footer"><div><embed src="http://widget-7b.slide.com/widgets/slideticker.swf" type="application/x-shockwave-flash" quality="high" scale="noscale" salign="l" wmode="transparent" flashvars="cy=ok&il=1&channel=3026418949616169339&site=widget-7b.slide.com" style="width:426px;height:320px" name="flashticker" align="middle"></embed><div style="width:426px;text-align:left;"></div></div></div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3326467990740855219.post-88612650115769449042016-07-09T10:17:00.008-04:002016-07-14T18:56:17.346-04:00Construíndo Campanhas<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 10pt; text-align: left;">A proposta oficial do marketing designa a
esta poderosa ferramenta administrativa a obrigatoriedade da criação de
necessidades dentro de um determinado mercado. Cabe então, a descoberta dos
valores, produtos ou serviços que as pessoas desejam ou vão passar a desejar a
partir da influência oportunizada pela mensagem publicitária.</span><span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 10pt; text-align: left;"></span><br />
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
<div style="text-align: left;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQZJhfPL7VjykWnyiLAER1amFPJXCEOB0k3Z1QW_sqJF2yv3MbFlTXAgLjibcxmVCihwfXzu24It_IPR1szepfdXF78gIYa81jpD5fsPhElA8702HV6FQDTTmOTyV4a5Z6fRKQcDbunWU/s1600/eleicao-marketing.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="273" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQZJhfPL7VjykWnyiLAER1amFPJXCEOB0k3Z1QW_sqJF2yv3MbFlTXAgLjibcxmVCihwfXzu24It_IPR1szepfdXF78gIYa81jpD5fsPhElA8702HV6FQDTTmOTyV4a5Z6fRKQcDbunWU/s400/eleicao-marketing.jpg" width="400" /></a></div>
<span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 10pt;">Costumo dizer que se observada de forma
pragmática a palavra Marketing assume sua tradução literal: mercado. Pode-se,
então, afirmar que Marketing é o estudo do mercado. É uma ferramenta
administrativa que possibilita a observação de tendências e a criação de novas
oportunidades de consumo visando à satisfação do cliente e respondendo aos
objetivos financeiros e mercadológicos das empresas de produção ou prestação de
serviços.</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: right;">
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
</div>
</div>
</div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: right;">
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 10.0pt;">Para Philip Kotler, marketing é “a atividade
humana dirigida à satisfação das necessidades e desejos através de um processo
de troca”. Por tanto, aplicar esta teoria em campanhas políticas
pode tornar o jogo mais interessante, apimentado e sagaz. Fazer o eleitor
perceber que numa proposta partidária mais vale as novas idéias que às críticas
ao trabalho antecessor pode ser uma agradável tarefa para marqueteiros que
vislumbram um lugar ao sol nas próximas eleições.<o:p></o:p></span></div>
</div>
</div>
</div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
</div>
</div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 10.0pt;">Toda campanha política necessita de uma gama de
criadores atentos a cada passo, palavra, gesto, ação! É preciso estar alerta: quase
sempre em época eleitoral o político é muito cortejado e isso pode ser o
primeiro passo pra derrocada. Paparicos demasiados vindos de assessores e pares
partidários massageiam o ego e cegam o competidor. Opor-se ao cliente é uma
necessidade profissional porque o objetivo é a vitória nas urnas e não o título
de “belo”. Porém, grande parte dos candidatos não consegue abrir os olhos.
Tampouco conhece, de fato, o produto que estão oferecendo, a ideia transmitida
em seus discursos ou a resposta dos eleitores às suas propostas.<o:p></o:p></span></div>
</div>
</div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
</div>
</div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 10.0pt;">Em marketing político, a comunicação é como
uma droga: em doses adequadas é medicamento, mas se mal utilizada um veneno
fatal. Tomar a palavra a todo o momento banaliza a imagem do político. É
preciso saber a hora certa de falar e sempre o que dizer. Antecipar-se ao
entendimento do eleitor é a saída. O discurso correto traz nas entrelinhas tudo
àquilo que o votante quer e precisa ouvir. O segredo da boa comunicação está
nos detalhes e na moderação da oratória: a época das acusações e apelações
politiqueiras ficou para trás.<o:p></o:p></span></div>
</div>
</div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
</div>
</div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 10.0pt;">Modernas campanhas eleitorais são
multidisciplinares e envolvem profissionais de diversas áreas das ciências
sociais e humanas aplicadas: antropologia, sociologia, política, economia,
administração e comunicação social. Não existe mais espaço para improvisos
baseados em intuição ou acordos políticos. A era do candidato centralizador virou
história.<o:p></o:p></span></div>
</div>
</div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
</div>
</div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 10.0pt;">O mercado eleitoral competitivo é composto
por dois agentes básicos: candidato e eleitores. O candidato deseja do eleitor
informação e voto: informação para criar programas de atuação política e
o voto para chegar ao poder e desenvolver o seu programa. Por outro lado, o
eleitor deseja do candidato uma boa comunicação e o cumprimento das propostas e
dos favores.<o:p></o:p></span></div>
</div>
</div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 10.0pt;"><br /></span></div>
</div>
</div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 10pt;">O candidato é o elo entre as causas públicas e o eleitor. É a primeira vitrine dos partidos, das ideologias, das estratégias de marketing e de seus ideais. O candidato é o conteúdo, é um contexto amplo entre partido, ideologia, vida e sua participação na vida social. Os fatores que compõem um candidato são:</span></div>
</div>
</div>
<ul><ul>
<li style="text-align: left;"><span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 10pt; text-indent: -18pt;">Potencial próprio: sua capacidade de liderança, suas habilidades, sua comunicação, sua habilidade de discurso e seu carisma. </span></li>
<li style="text-align: left;"><span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 10pt; text-indent: -18pt;">Fatores Internos de pressão: Grupo político (partido ou facção) e grupo de financiamento.</span></li>
<li style="text-align: left;"><span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 10pt; text-indent: -18pt;">Fatores Externos de pressão: Eleitores e adversários.</span></li>
</ul>
</ul>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 10pt;">O eleitor é uma incógnita a cada eleição. Por isso mesmo, um dos problemas mais clássicos da ciência
política é estudar e determinar o padrão de comportamento dos eleitores. Como
ele pensa e decide o seu voto? Existe algum motivo para a escolha do seu
candidato, quais aspectos que padronizam essa escolha? No Brasil, através de
alguns estudos realizados sobre o comportamento do eleitor, chegou-se a um
consenso de que existem três leis fundamentais de posicionamento do eleitor,
são elas:</span></div>
<ul><ul>
<li style="text-align: left;"><span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 10pt; text-indent: -18pt;">Lei
da Indiferença: Onde o eleitor, quando entra na cabine eleitoral põe fim a
um difícil processo de tomada de decisão. Nessa hora ele se lembra de Pelé, de
Sílvio Santos, do macaco Tião e de outras personalidades de forte presença em
sua mente, menos nos candidatos, porque para ele, é tudo igual, é indiferente votar
nesse ou naquele candidato.</span></li>
<li style="text-align: left;"><span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 10pt; text-indent: -18pt;">Lei
da Procrastinação: Representa o máximo adiamento. Sempre que pode, o
eleitor adia sua decisão de voto para o período mais próximo da eleição. Cerca
de 90% das pessoas ao dirigir-se a cabine eleitoral, já tem o seu candidato
consolidado, mas 10% ainda entram para votar, com muita dúvida, são os
procrastinadores e, esses podem decidir uma campanha mais acirrada.L</span><span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 10pt; text-indent: -18pt;">ei
da efemeridade: As idéias e aspirações da sociedade obedecem a um ciclo de
vida determinado (corrupção, ecologia, violência, etc.).</span></li>
<li style="text-align: left;"><span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 10pt; text-indent: -18pt;">Lei da efemeridade
trata dos ciclos das idéias e aspirações, onde elas nascem, crescem, se
desenvolvem, desgastam-se e desaparecem. Um candidato começar a defender uma
causa ou uma idéia, ecologia, por exemplo, num momento em que o mundo inteiro
não fala mais no assunto, é aderir a uma moda que aos olhos do eleitor já está
ultrapassada, porque o mundo está preocupado neste momento é com o combate à
violência.</span></li>
</ul>
</ul>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
<b style="font-family: arial, sans-serif; font-size: 10pt;">Construindo uma campanha</b></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br />
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 10pt;">Toda campanha visa conquistar o voto que é
influenciado por três componentes distintos: ideológico, político e eleitoral.</span></div>
</div>
<ul style="margin-top: 0cm; text-align: left;" type="disc"><ul>
<li class="MsoNormal" style="text-align: left;"><span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 10.0pt;">Político
- firmado de forma direta, numa relação pessoal entre candidato e eleitor.
Em cidades pequenas esse fator é grande e chega a 80% da motivação dos
votos.</span></li>
</ul>
</ul>
<ul style="margin-top: 0cm; text-align: left;" type="disc"><ul>
<li class="MsoNormal" style="text-align: left;"><span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 10.0pt;">Ideológico
- influencia apenas uma pequena parcela dos eleitores. O discurso de
esquerda, de direita, do socialismo ou liberalismo afeta pouco mais de 5%
do eleitorado, atingindo o máximo de 10% no mercado nacional.</span><span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 10pt;"> </span></li>
</ul>
</ul>
<ul style="margin-top: 0cm; text-align: left;" type="disc">
<ul>
<li class="MsoNormal" style="text-align: left;"><span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 10.0pt;">Eleitoral
- representa o esforço concentrado de conquista do eleitor, é o campo de
atuação do marketing político. Sua influência cresce com o tamanho do
universo eleitoral. Chega a atingir até 70% das decisões de voto.</span></li>
</ul>
</ul>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
<b><span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 10.0pt;">Comunicação
Estratégica</span></b></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 10.0pt;">Cada dia que passa às pessoas são
bombardeadas por milhões de informações e estímulos. É claro que elas não
conseguem processar e reter todas as informações, o que acontece é que a mente
simplifica o que é recebido, aceitando apenas aquilo que interessa. A arte de
se fazer ouvir, de se comunicar e persuadir está na identificação do caminho
mais rápido para a mente. A <a href="http://www.portaldomarketing.com.br/Artigos/maslow.htm">pirâmide de
Maslow</a>, por exemplo, fornece pistas para descobrirmos o melhor caminho. Segundo
ele as reações das pessoas aos estímulos são determinadas basicamente pelas
necessidades básicas (fisiológicas) até as mais elevadas (auto-realização).<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 10.0pt;">A mídia eletrônica hoje é considerada de o
“segundo deus” por sua onipresença e seu poder de influência sobre as pessoas.
Cada veículo tem uma linguagem muito específica, mas quando se trata de
televisão, a linguagem se aproxima bastante do cotidiano das pessoas, de forma
simples e direta. O candidato deve estar ciente de que está invadindo a sala de
estar dos eleitores, é nessa hora o equilíbrio e a moderação, devem fazer parte
de seu comportamento, pois é como se ele estivesse conversando com o eleitor em
sua casa. Por tanto, fique atento e saiba como agir:</span></div>
<ul><ul>
<li style="text-align: left;"><span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 10pt; text-indent: -18pt;">O
marketing político está relacionado com a formação da imagem a longo prazo. É
utilizado por pessoas e políticos que desejam projetar-se publicamente.</span></li>
<li style="text-align: left;"><span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 10pt; text-indent: -18pt;">Já
o marketing eleitoral é de curto prazo. As estratégias e as táticas de
comunicação são montadas em cima de um ambiente vivo, já existente, em
andamento e não de um ambiente criado.</span></li>
</ul>
</ul>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
<b><span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 10.0pt;">Princípios
Estratégicos</span></b></div>
<div style="text-align: left;">
<b><span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 10.0pt;"><br /></span></b></div>
</div>
<ol start="1" style="margin-top: 0cm; text-align: left;" type="1"><ul>
<li class="MsoNormal" style="text-align: left;"><span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 10.0pt;">Mantenha
sempre um trunfo contra seus inimigos e saiba quando deve ser acionado;</span></li>
</ul>
</ol>
<ol start="2" style="margin-top: 0cm; text-align: left;" type="1">
<ul>
<li class="MsoNormal" style="text-align: left;"><span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 10.0pt;">Conheça
o que pensa o eleitor, antes de partir para a sua conquista;</span></li>
</ul>
</ol>
<ol start="3" style="margin-top: 0cm; text-align: left;" type="1">
<ul>
<li class="MsoNormal" style="text-align: left;"><span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 10.0pt;">A
melhor forma de conquistar a mente a mente do eleitor é ser primeiro
a chegar;</span></li>
</ul>
</ol>
<ol start="4" style="margin-top: 0cm; text-align: left;" type="1">
<ul>
<li class="MsoNormal" style="text-align: left;"><span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 10.0pt;">Não
basta ter o perfil desejado pela população, é preciso associar sua imagem
a ele antes dos adversários;</span></li>
</ul>
</ol>
<ol start="5" style="margin-top: 0cm; text-align: left;" type="1">
<ul>
<li class="MsoNormal" style="text-align: left;"><span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 10.0pt;">Trabalhe
na linha de menor resistência ao posicionamento na mente do eleitor;</span></li>
</ul>
</ol>
<ol start="6" style="margin-top: 0cm; text-align: left;" type="1">
<ul>
<li class="MsoNormal" style="text-align: left;"><span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 10.0pt;">Procure
maximizar os pontos favoráveis e minimizar as falhas, se possível
convertendo-se em virtudes;</span></li>
</ul>
</ol>
<ol start="7" style="margin-top: 0cm; text-align: left;" type="1">
<ul>
<li class="MsoNormal" style="text-align: left;"><span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 10.0pt;">Procure
antecipar o ciclo de idéias e aspirações que predominará no momento da
eleição;</span></li>
</ul>
</ol>
<ol start="8" style="margin-top: 0cm; text-align: left;" type="1">
<ul>
<li class="MsoNormal" style="text-align: left;"><span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 10.0pt;">O
eleitor sempre associará o candidato a continuidade ou mudança.
Compatibilize sua imagem com a tendência predominante, respeitando os
limites impostos por sua personalidade;</span></li>
</ul>
</ol>
<ol start="9" style="margin-top: 0cm; text-align: left;" type="1">
<ul>
<li class="MsoNormal" style="text-align: left;"><span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 10.0pt;">Concentre
seu discurso na valorização e unidade do partido;</span></li>
</ul>
</ol>
<ol start="10" style="margin-top: 0cm; text-align: left;" type="1">
<ul>
<li class="MsoNormal" style="text-align: left;"><span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 10.0pt;">Convenção
é sinal de força. Se for conveniente, antecipe a convenção;</span></li>
</ul>
</ol>
<ol start="11" style="margin-top: 0cm; text-align: left;" type="1">
<ul>
<li class="MsoNormal" style="text-align: left;"><span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 10.0pt;">Concentre
forças no seu principal inimigo, não desperdice munição atirando para
todos os lados;</span></li>
</ul>
</ol>
<ol start="12" style="margin-top: 0cm; text-align: left;" type="1">
<ul>
<li class="MsoNormal" style="text-align: left;"><span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 10.0pt;">Procure
sempre antecipar-se aos movimentos de adversários que possam ameaçar sua
posição antes que seja preciso reagir;</span></li>
</ul>
</ol>
<ol start="13" style="margin-top: 0cm; text-align: left;" type="1">
<ul>
<li class="MsoNormal" style="text-align: left;"><span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 10.0pt;">Confirme
os defeitos do inimigo junto ao eleitorado. Ataque nesse ponto.</span></li>
</ul>
</ol>
<ol start="14" style="margin-top: 0cm; text-align: left;" type="1">
<ul>
<li class="MsoNormal" style="text-align: left;"><span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 10.0pt;">Procure
demonstrar incoerência entre o discurso do candidato e seu passado;</span></li>
</ul>
</ol>
<ol start="15" style="margin-top: 0cm; text-align: left;" type="1">
<ul>
<li class="MsoNormal" style="text-align: left;"><span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 10.0pt;">Utilize
a força de liderança para eliminar as possibilidades de reação do inimigo;</span></li>
</ul>
</ol>
<ol start="16" style="margin-top: 0cm; text-align: left;" type="1">
<ul>
<li class="MsoNormal" style="text-align: left;"><span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 10.0pt;">Redirecione
forças para os segmentos que apresentam maior potencial de votos;</span></li>
</ul>
</ol>
<ol start="17" style="margin-top: 0cm; text-align: left;" type="1">
<ul>
<li class="MsoNormal" style="text-align: left;"><span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 10.0pt;">Se
a polarização é inevitável, procure levar seu adversário para o campo que
lhe seja mais favorável;</span></li>
</ul>
<ul>
<li class="MsoNormal" style="text-align: left;"><span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 10pt;">O
político eficiente tem na “comunicação” seu amuleto de sorte. Um problema
resolvido pode pôr tido a perder. Se o político se omite, não comunica, em
determinadas ocasiões, ele deixa espaço para o crescimento da oposição e,
conseqüentemente, para versões distorcidas de seus opositores.</span></li>
</ul>
</ol>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
<b><span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 10.0pt;">Fique
atento às pesquisas de opinião</span></b></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 10.0pt;">Para Maquiavel “a realidade é como é, não
como gostaríamos que ela fosse”. Portanto, fica clara a importância da pesquisa
na vida do candidato e mais ainda na vida do eleitor. Os fatores de maior
relevância a serem apurados são: a imagem do candidato, sua trajetória
política, seu carisma e empatia com o eleitor, seu programa de governo, sua
principal meta de governo, a sua profissão, seu partido político, seus
apoiadores e o grupo social em que está inserido ou se identifica.<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 10.0pt;">Na eleição, como na guerra, grande parte das
batalhas é decidida em tempos de paz. A preparação da campanha inicia-se com a
avaliação do eleitorado, do potencial próprio do candidato e de seus prováveis
inimigos. Devemos, então, tomar como ferramentas três tipos de pesquisas
aplicáveis ao marketing político objetivando avaliar o eleitorado:<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
</div>
<ul style="margin-top: 0cm;" type="disc">
<li class="MsoNormal" style="text-align: left;"><span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 10.0pt;">Pesquisas
de opinião pública procuram mensurar o conhecimento da população
sobre determinados assuntos como ecologia, privatização, AIDS, economia,
política, área social e etc.<o:p></o:p></span></li>
</ul>
<ul style="margin-top: 0cm;" type="disc">
<li class="MsoNormal" style="text-align: left;"><span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 10.0pt;">Pesquisas
de acompanhamento e desempenho administrativo levantam os principais
problemas da população, avaliam o desempenho dos governantes, aferem a
imagem administrativa, o grau de conhecimento dos projetos e das obras
realizadas e o grau de satisfação com os serviços públicos.<o:p></o:p></span></li>
</ul>
<ul style="margin-top: 0cm;" type="disc">
<li class="MsoNormal" style="text-align: left;"><span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 10.0pt;">Pesquisas
eleitorais, por sua vez, procuram detectar as intenções de voto do eleitor
a cada momento, aferindo o potencial de adesão ou rejeição a cada
candidato.<o:p></o:p></span></li>
</ul>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
<b><span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 10.0pt;">REFERÊNCIAS: </span></b><b><span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 8.0pt;">VOTO É
MARKETING, O RESTO É POLÍTICA.</span></b><span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 10pt;"> SEQÜELA, Jacques. Edições Loyola</span></div>
</div>
</div>
<div class="blogger-post-footer"><div><embed src="http://widget-7b.slide.com/widgets/slideticker.swf" type="application/x-shockwave-flash" quality="high" scale="noscale" salign="l" wmode="transparent" flashvars="cy=ok&il=1&channel=3026418949616169339&site=widget-7b.slide.com" style="width:426px;height:320px" name="flashticker" align="middle"></embed><div style="width:426px;text-align:left;"></div></div></div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3326467990740855219.post-75226728935639542432016-07-08T18:53:00.004-04:002016-07-11T18:59:10.734-04:00Coisa de Brasileiro?<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: center;">
<div style="text-align: right;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgTDarwidzY0wwZatChZsPmsYiTEdy1Ytanb9g798U7UwDW8XW22De6GxN8y2STeN9hKR_Trfu0nJF4BOJUX8p7ZuEQ7I1K1qc03SRsvzkTdCi1qnTuyXNg_OMJemWIZviCQtrOhW9jcKA/s1600/Lei+de+Gerson.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgTDarwidzY0wwZatChZsPmsYiTEdy1Ytanb9g798U7UwDW8XW22De6GxN8y2STeN9hKR_Trfu0nJF4BOJUX8p7ZuEQ7I1K1qc03SRsvzkTdCi1qnTuyXNg_OMJemWIZviCQtrOhW9jcKA/s400/Lei+de+Gerson.jpg" width="400" /></a><span style="text-align: left;"></span></div>
<div style="text-align: left;">
Você certamente já deve ter ouvido falar ou conhece alguém
do tipo insatisfeito: aquele sujeito que reclama de tudo e é sempre do contra. Pra
ele nada está bom! Se tá calor o cara quer frio. Se você traz um doce ele diz
que está de dieta, mas não deixa de lado o cafezinho melado! Se a turma combina
pra ir ao cinema ele diz que vai fazer uma pipoquinha e assistir um filminho em
casa mesmo, embora todo dia reclame das repetições tão comuns na televisão.</div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: left;">
O pior de tudo é que além de rabugento o sujeito é descansado.
Reclama da política, mas a cada eleição repete o voto. Fala mal do pãozinho da
esquina, mas tem preguiça de andar até a outra padaria onde o <i>francês</i> sai quentinho de hora em hora. Não
gosta do emprego e da empresa em que trabalha, mas na maioria dos casos pede
aposentadoria ao patrão que assinou sua carteira há mais de trinta anos.
Reclama dos juros, mas não sai de casa sem o maldito cartão de crédito. <o:p></o:p></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: left;">
Dizem que está no DNA de quem nasce nesta terra esperar pelo
outro e pôr a culpa em alguém. Pedro Paulo reclama todo santo dia da conta de
luz. Diz que o governo é pilantra, corrupto e que sobretaxa a energia há pelo
menos 16 anos. Mas, dias desses, tive que o esperar por cerca de trinta minutos
enquanto ele relaxava debaixo de um chuveiro elétrico pra se livrar do
estresse! O cara é maluco, quase um psicopata. É também descarado. Veja você
que quando saiu do banho, na maior <i>nice</i>,
depois de gastar milhões, o malandro se revoltou com o filho só porque o garoto tinha ligado um
ventiladorzinho pra se refrescar dos quase 40 graus que torrava o Rio naquela
sexta-feira de verão. Aos berros, ele exigia economia! Pode?<o:p></o:p></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: left;">
A mulher, dondoca frustrada, já que sempre colocou o chapéu
além do alcance, todo mês gasta os tubos com gasolina para ir bater-perna no
Centro da cidade, embora o metrô que passa na sua porta faça a mesma viagem em
menor tempo e por preço muito inferior. Ela diz que andar de coletivo é coisa
de pobre e que é de classe média; pelo menos acredita! Se vivesse na Europa
certamente pensaria diferente: por lá as pessoas estão mais preocupadas com a
coletividade e a sustentabilidade financeira e ambiental.<o:p></o:p></div>
</div>
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: left;">
No estrangeiro, comodismo e ostentação soam mal e cada uma
faz a sua parte. Por aqui a tal da lei do Gerson ainda é moda. Gente que se diz
bacana, séria e compromissada, e que até reclama da corrupção, não vê qualquer
problema em fazer um gatinho na luz, desviar o sinal de TV a cabo, subornar
alguém na fila, o guarda no trânsito ou o funcionário público pra liberação de
um documento digamos rasurado! Isso é ou não é ser do contra? Ver todo isso e
não falar ou fazer nada é ou não é comodismo?</div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: left;">
Coisa de brasileiro? <o:p></o:p></div>
</div>
</div>
<div class="blogger-post-footer"><div><embed src="http://widget-7b.slide.com/widgets/slideticker.swf" type="application/x-shockwave-flash" quality="high" scale="noscale" salign="l" wmode="transparent" flashvars="cy=ok&il=1&channel=3026418949616169339&site=widget-7b.slide.com" style="width:426px;height:320px" name="flashticker" align="middle"></embed><div style="width:426px;text-align:left;"></div></div></div>Unknownnoreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-3326467990740855219.post-67596461258369189792016-07-07T10:35:00.000-04:002016-07-11T19:00:22.892-04:00Vil Metal<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<br />
<div class="MsoNormal">
Todo dia era assim. Antes que o sol batesse à janela, Carlos
Alberto estava de pé. Às 5h30, já tinha tomado banho, escovado os dentes e
afiado a língua; afinal de contas sua jornada começava cedo e cada minuto precisava
ser produtivo. Como de costume, o empresário, dono de um grande jornal, acordava
a casa com seus berros.<br />
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgS6elwg4boSp3Iuj6px63EG4U5mrqmmLHqatuU6jzh_zPJ0k4smYW3x80Gt7a2LxHyJM_SipJBWsoi8Ni7Vt0K3pLlYjK9PbP5hkc9qoIyR_IJsQcEDfRW_j9BtukU9SuTupVN_pFjdoQ/s1600/Vil+Metal.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="274" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgS6elwg4boSp3Iuj6px63EG4U5mrqmmLHqatuU6jzh_zPJ0k4smYW3x80Gt7a2LxHyJM_SipJBWsoi8Ni7Vt0K3pLlYjK9PbP5hkc9qoIyR_IJsQcEDfRW_j9BtukU9SuTupVN_pFjdoQ/s400/Vil+Metal.jpg" width="400" /></a>Ora queria saber onde estava a roupa do dia, embora estivesse
sempre ali: passada e pronta para o uso na porta do meio de seu guarda-roupas:
um móvel rústico talhado em madeira de lei. Noutro momento cobrava da mulher as
chaves do carro que, como de costume, a cada dia amanheciam em lugar diferente por
causa da sua desorganização.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Ninguém entendia o porquê de tanto estresse. Nem havia
completado cinquenta anos e já vivia uma realidade bem diferente da maioria dos
colegas de infância. Nascido em uma comunidade pobre da baixada fluminense, no
Rio de Janeiro, o empresário de alta estatura, cabelos grisalhos e porte
atlético, circulava pela cidade num carrão de luxo importado. Usava roupas de
grife e mantinha na gaveta perfumes caros; daqueles que só homens de negócio
costumam usar.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Sua cobertura, um duplex de frente pro mar da zona oeste,
chamava a atenção de quem passeava pela orla; nem de longe lembrava a casinha sem
reboco onde ele e o irmão Antônio cresceram. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
A Gazeta Fluminense, que comandava com pulso forte, estava
entre as mais bem-sucedidas empresas de comunicação do Estado e vivia dias bem
diferentes daqueles quando Carlos Alberto, ainda recém-formado no ensino médio foi
transformado em executivo de vendas do jornal.<b> <o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal">
<b><br /></b></div>
<div class="MsoNormal">
<b>A infância <o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Carlos Alberto Dantas nasceu no dia 21 de junho de 1970, em
Nova Iguaçu, no Rio, duas horas depois do Brasil vencer a Itália por 4 x 1 e
conquistar sua terceira copa do Mundo, no México. Mesmo dia em que os pais completavam três anos
de casados. Seu nome foi uma homenagem ao eterno capitão Carlos Alberto Torres.
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Filho de Francisco Dantas, um lavrador criado no cabo da
enxada no sertão de Pernambuco, e de Joana, diarista, o menino sempre soube que
só com trabalho um homem pode ganhar a vida. O pai acordava cedo todos os dias.
Às quatro da manhã, estava de pé preparando o cafezinho que vendia no trem a
caminho do trabalho. Era jardineiro na casa dos Lacerda desde 1960, quando
chegou no Rio de Janeiro fugindo da seca do nordeste. Nem nos dias de folga o
homem descansava: quando não estava na capina podia ser visto lavando carros ou
vendendo picolés pela rua. Uma rotina quebrada no dia treze de maio de 1983.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Carlos e o pai estavam em casa quando o telefone tocou. Era
Juvenal Lacerda, o patrão, que sem meias palavras foi logo informando da morte
de Antônio.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
- Francisco, aqui é o Juvenal.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
- Boa tarde doutor. Olha, eu num
fui trabalhar porque...<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
O Caxias que pela primeira vez havia faltado o trabalho foi
logo interrompido:<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 35.4pt;">
- Escuta, homem, sobre isso a
gente fala depois. O negócio é o seguinte: Toninho morreu.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
- O quê?, perguntou Francisco sem acreditar.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 35.4pt;">
- Ele estava limpando o jardim e
meteu a enxada no fio do refletor. Ai já viu, né? Tomou um choque de 220 volts
e não resistiu.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Antes que o patrão terminasse a conversa, seu Francisco
sentiu uma pontada no peito e caiu. Desesperado, o filho de apenas treze anos
de idade só conseguia gritar: acorda papai, acorda! Foram os dez minutos mais
longos de sua vida. O menino chorava, pedia socorro, mas ninguém ouvia. Dona Joana que voltava de mais uma faxina escutou os gritos
ainda do portão. Assustada, entrou correndo e encontrou o filho em estado de
choque. Voltou pra rua, pediu ajuda, mas era tarde demais: o marido estava
morto. Num instante de lucidez decidiu ligar para o patrão dele e pedir
socorro. Foi exatamente quando Juvenal chegou. Como tinha achado estranho o
silêncio do empregado ao telefone decidiu vir e contar do ocorrido pessoalmente.
Chegando foi surpreendido pelo destino: agora, além de informar o desencarne de
Antônio precisava consolar a mãe e o caçula pelas duas perdas.</div>
<div class="MsoNormal">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Na manhã seguinte, pai e filho foram enterrados.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
O baque foi tão forte que mudou pra sempre a vida da família.
Carlos Alberto que sempre foi um doce com a mãe se fechou. Passava a maior
parte do dia na escola e em casa ficava trancando no quarto: não queria ver
ninguém. Foram dias de silêncio até que conheceu Maria, a primeira namorada. Uma
morena bonita, de cabelos longos e negros, que chamavam a atenção. Tinha 15
anos, morava no mesmo bairro e frequentava a mesma escola. Três anos de namoro
até que decidiram deixar a casa dos pais, sem se pedir permissão, e fugiram pra
viver juntos.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<b><br /></b></div>
<div class="MsoNormal">
<b>Conquistando a vida<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
O jovem que nunca tinha pegado no batente agora precisava
arrumar trabalho. Com o diploma de técnico em administração chancelado pela
Escola Municipal Monteiro Lobato, uma das mais respeitadas da baixada, foi até
a Gazeta Fluminense falar com o velho Juvenal, ex-patrão do pai. Ele era o dono
do jornal fundado na década de trinta e que já tivera em seus quadros jornalistas
ilustres como Machado de Assis e Rui Barbosa.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
O momento não era bom. A empresa estava atolada em dívidas, tinha
reduzido em 50% o número de trabalhadores e remanejado os últimos dez
funcionários para manter o jornal circulando. Mesmo assim, surgiu uma proposta desafiadora:
ao invés de salário mensal o jovem trabalharia como executivo de vendas
ganhando 20% sobre a venda dos jornais e nada além. O ano era 1998 e o diário
mais tradicional de Nova Iguaçu precisava de um novo gás.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Naquela época, conseguir anunciantes era como encontrar uma
agulha no palheiro. A internet ganhava força, atraia cada vez mais leitores e
tirava dos impressos a verba publicitária. Jornais como o JB, um dos primeiros e
mais respeitados, já migravam para versão on-line. Mas a Gazeta teimava em
resistir. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Sem pestanejar o garoto aceitou a proposta. Tinha aprendido
com o pai que só com trabalho se vence e que um homem não pode ter medo dos
desafios que vida lhe impõe. Impôs apenas uma condição: a estratégia de vendas
seria de sua total responsabilidade e ele não aceitaria interferências da
chefia. Negócio fechado! <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
No dia seguinte, às sete da manhã, o novo executivo estava
na Gazeta. Procurou o patrão e apresentou suas armas; estava disposto a adaptar
promoções do comércio local pra vender propagandas. Faria assim: os antigos anunciantes
que quisessem manter suas propagandas ganhariam de brinde um segundo anúncio,
do mesmo tamanho do contratado, em outra página do jornal. Chamou a promoção de
Dobradinha, do tipo pague um e leve dois.
Ora, se anúncio tem o objetivo atrair o maior número de consumidores,
com mais exibições maiores as chances de convencê-los!<br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Para atrair novos clientes a estratégia seria diferente:
consultoria especializada. Pra reduzir os custos do anunciante a própria equipe
da Gazeta elaboraria sua propaganda e o ajudaria a escolher a melhor página
para veiculação de acordo com o público alvo, evitando pra eles gastos com uma
agência especializada. Além disso, o cliente ganharia uma publicação grátis a
cada duas negociadas. Se contratasse quatro dias de publicação, por exemplo,
teria sua mídia veiculada de segunda a sábado, seis vezes. Caso quisesse
anunciar também no domingo ganharia desconto de 5% no preço total nos contratos
de no mínimo três meses.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Mas pra tudo funcionar direitinho, a empresa precisava
garantir que o jornal chegasse sem atraso às mãos do leitor, afinal de contas o
impresso circulava nos 13 municípios da baixada fluminense, uma área enorme pra
ser coberta. Pra evitar problemas, o novo executivo que tinha passado a noite
estudando tudo sobre distribuição de jornais já tinha um plano. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Nos bairros com maior número de assinantes a entrega
passaria a ser feita até às seis da manhã garantindo que o leitor recebesse o
jornal antes de sair de casa e começasse o dia bem informado. Nas demais áreas,
incluindo as regiões de comércio, os exemplares estariam nas bancas até às 7h. Assim,
a caminho do trabalho qualquer pessoa poderia comprar a Gazeta Fluminense e
ficar por dentro das novidades do dia. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
A empresa faria um acordo com os donos das bancas para que seus
exemplares fossem estrategicamente pendurados na parte externa das bancas deixando
suas principais manchetes às vistas do público: capa boa atrai curiosos que
compram o jornal. De ouvidos sempre atentos, o novo estrategista tinha escutado
esta frase no dia anterior quando passava pela redação durante uma reunião de
pauta. E cá pra nós, visibilidade, neste ramo, é alma do negócio!<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Quando acabaram as explicações, o velho Juvenal se deu conta
de que tinha acertado em cheio na contratação. O rapaz tinha jeito pra coisa;
parecia até ter nascido em uma família de comerciantes e não de um jardineiro
com uma doméstica. Seus filhos que estudaram nas melhores escolas e cresceram
dentro da empresa nunca apresentaram uma estratégia pra garantir vivo o negócio
que iriam herdar. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<b><br /></b></div>
<div class="MsoNormal">
<b>A grande virada<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Foram dois anos de muito trabalho, mas no final tudo deu certo.
As vendas triplicaram e a Gazeta Fluminense voltou a ser o maior jornal da
baixada fluminense. Com a conta bancária em alta, no dia 7 de setembro de 2000,
Carlos Alberto Dantas deu o grito de independência: chamou o patrão e o
convenceu a pendurar as chuteiras aos 85 anos de idade. Por cerca de R$ 300 mil
lhe comprou o diário e se tornou o mais novo magnata da comunicação.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Com o nome consolidado e de olho no mercado virtual a Gazeta
ganhou sua versão on-line. Um site moderno, de visual arrojado, com notícias
dinâmicas, correspondentes no exterior, fotografias em alta definição, blogs
dos principais colunistas do Estado e uma WebTV. O sistema de buscas permitia acesso
a todos os jornais desde a primeira edição impressa. Em pouco tempo, o <u>GF.com</u>
passou a ser o portal de notícias mais visitado do Rio e, de quebra, o de
melhor resultado financeiro. De pobre menino da Baixada, o agora Dr. Carlos
Alberto era o mais respeitado empresário das comunicações no Rio de Janeiro.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Vida nova, hábitos novos e a arrogância peculiar àqueles que
tudo têm às mãos. Com dinheiro no bolso vieram os bens materiais e a mudança de
personalidade. O jovem que adorava os amigos, tinha ideais trabalhistas e queria
um mundo mais justo e igualitário, agora só pensava no lucro. Entrava e saia da
empresa sem dar bom dia: relacionamento amigável só com funcionários do alto
escalão e grandes clientes. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Em casa, a rotina também mudou. O bate-papo com a mulher, o
filminho em família, as brincadeiras com os filhos não aconteciam mais: o poderoso
chefão não tinha tempo pra conversas fiadas. Toda vez que Junior pedia ao pai
pra jogar com ele uma partida de vídeo game, por exemplo, a desculpa era sempre
o cansaço. Afinal de contas, no dia seguinte o homem de negócios tinha que
multiplicar a fortuna pra garantir o conforto de todos! Levantar cedo, acordar
as crianças e tomar café com eles, quando tinha tempo, eram os carinhos que lhe
bastavam. A paixão pela esposa havia se resumido a um beijo de despedida quando
ela insistia. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
O casamento se arrastou assim por cerca de cinco anos até
que depois mais um round de xingamentos e agressões físicas, Maria decidiu ir
embora. Juntou algumas roupas, documentos, pegou os filhos e saiu sem dizer uma
só palavra. Carlos que estava na sala, agarrado à garrafa do seu escocês
preferido, não viu a família sair. Bêbedo, ali mesmo dormiu. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
No dia seguinte, quando mais uma vez queria saber onde
estava sua camisa de linho branco, percebeu que algo estava diferente. Seus gritos
não tinham resposta. Procurou por toda a casa e não encontrou a mulher. Foi ao
quarto das crianças e os filhos não estavam lá. Ligou pro celular, mas a esposa
não atendeu. Meia hora depois, vestiu as roupas que encontrou, passou seu
melhor perfume, entrou no carro e foi trabalhar. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Os dias seguiram e a bela mansão da Avenida Lúcio Costa, construída
para dar conforto à família, receber amigos e ostentar o sucesso do Dr. Carlos
Alberto perdeu seu brilho. Apenas os empregados, que chegavam cedo e saiam antes
do patrão voltar, frequentavam a casa.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
No natal de 2015 uma ligação
telefônica quebrou o silêncio: era um vizinho dos tempos em que Carlos ainda
morava com mãe que ele não a via desde que deixou sua casa pra morar com a
namorada. Sem meias palavras o homem foi logo falando que dona Joana havia
morrido. Não deu detalhes, disse apenas que foi de infarto e que o corpo seria
enterrado por volta das três da tarde no mesmo cemitério onde aos treze anos de
idade ele tinha sepultado o pai e o irmão mais velho. A ligação caiu e o
silêncio tomou conta da casa.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Quando deu por si, Carlos estava atônito, revirando caixas,
gavetas, pastas de documentos tentando encontrar uma foto da mãe... Aos prantos
gritava pela mulher que não estava ali: Maria, cadê as fotos de mamãe? Cadê as
fotos Maria?.... Maria... Mariahhhhhhh.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
De repente, encontrou uma fotografia do aniversário de dez
anos do filho Junior, completados pouco antes da separação. O menino sorrindo em
nada lembrava a criança triste pra quem o pai não tinha tempo. Cenas das brigas
sem motivo, dos gritos, empurrões... da falta de paciência lhe tumultuavam a
cabeça. Carlos estava sem chão, sentindo-se fraco, frágil, infeliz! <o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Tomou consciência de que não tinha mais ninguém. Estava
sozinho, havia trocado os carinhos dos filhos, os afagos de Maria, o bate-papo
em família pela ilusão de poder que o dinheiro traz. Foi preciso morrer a mãe pro
filho acordar pra vida!<o:p></o:p></div>
</div>
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