terça-feira, 11 de maio de 2010

Ode à segurança pública

A falta de segurança ou de, pelo menos, sensação de que ela existe é frustrante para o cidadão que paga seus impostos. Viver a certeza de que estamos jogados a toda sorte assusta e nos faz incapazes. Mas infelizmente este é o cenário ao qual estamos relegados: abandonados nas mãos dos fora da lei.

Isso não é ficção, pessimismo ou ironia de linhas mal traçadas, é a constatação de que estamos vivendo numa terra sem lei. Estamos abandonados. Os bandidos invadem nossas ruas, casas e empresas e não temos com quem contar senão com a boa vontade, quando existe, dos próprios malfeitores.

Estes dias, vimos na tela da televisão a triste fala do comandante da Polícia Militar, de Lucas do Rio Verde, dizendo aos cidadãos que depois de consumado um crime resta a cada um procurar à delegacia, pois esta função de amparar a vítima deve ser dos civis. Ora bolas, desde pequenos ouvimos dizer que em casos de emergência ou de necessidade de segurança devemos discar 190 em nossos telefones. Parece-me que este número, em todo o país, nos coloca em contato direto com a PM. Mas pode ser que eu esteja enganado, quem sabe?

Mas como neste mundo tudo está mudado, pode ser que na hora em que for preciso de ajuda espiritual devamos discar 193, pois dizem que por este código acionamos o resgate!

Basta um breve passeio pelas ruas luverdenses para ver que os dias são outros. Que esta cidade que abriga cerca de 50 mil habitantes já assume características sociais semelhantes aos grandes centros, certamente pelo volume de imigrantes que trafegam por suas ruas. Por aqui já existe assalto à mão armada, latrocínio, estupro, furto, roubo a bancos, assalto aos motoristas na porta de suas casas, invasão domiciliar, estupro, mendicância, fugas freqüentes da cadeia pública, tráfico de drogas, associação para o tráfico, desvio de conduta por parte de policiais e outras autoridades, consumo de pasta base no meio da rua - aos olhos de quem queira ver; corrupção e desvio de verba pública subvencionados por autoridades.

Se a polícia ainda não viu isso, certamente os policiais desconhecem as ruas que deveriam patrulhar e a sociedade que estão obrigados a proteger.

A sociedade grita aos quatro ventos a necessidade do cumprimento das regras apregoadas na Constituição Nacional, principalmente aquela que diz: todos têm o direito de ir e vir! Mas para isso, é preciso segurança; policiais dispostos a cuidar da sociedade e combater o crime a todo custo sem repassar responsabilidades. Segurança não é a ausência de conflitos, mas a presença da justiça e não estamos vendo isto em Lucas do Rio Verde.

Para se ter uma idéia, há consumidores de drogas, totalmente desvirtuados, cobrando, diariamente, pedágio ao cidadão comum para que possam trafegar pelas ruas do bairro Rio Verde, seja a pé ou de automóvel. Há desmiolados fazendo algazarra durante toda a madrugada pelas mesmas ruas pertubando o silêncio e o sono de quem trabalha e paga impostos. E estes não são importunados pelas autoridades. Dia 08 de maio de 2010, às 3h32, liguei para a PM de Lucas para reclamar da baderna destes imorais e fui mal atendido por telefone e pela falta de importância dada ao fato pela PM que sequer passou pelas ruas para conferir a denúncia.

Até quando vamos continuar aceitando esta situação? Até quando vamos nos curvar à marginalidade e a ineficiência das autoridades constituídas para o combate ao crime? Até quando vamos pagar aos bandidos para poder transitar pelas ruas sem que sejamos feridos no corpo e na dignidade? Até quando vamos ser tolhidos do direito da plena cidadania? Até quando?

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Associativismo de resultados!

Esta semana, a Secretaria de Ação Social, de Lucas do Rio Verde, MT, começou a reestruturar as Associações de Bairro, ajudando, por exemplo, na formação da nova “diretoria” do bairro Alvorada. A iniciativa visa proporcionar aos moradores um meio legal de reivindicar melhorias, de forma organizada, para a comunidade, junto ao poder público.

Olhando de perto, percebe-se que a iniciativa visa democratizar o acesso do cidadão aos departamentos e setores da administração, o que já é de longe uma grande atitude. Mas é preciso lembrar que as pessoas escolhidas como representantes precisam vestir os cargos e ir à luta. Caso contrário, a imagem ficará machada nos folhetins.

O associativismo precisa ser um fórum de discussão de novas idéias que tragam no bojo as formas práticas de execução. De nada adianta pensar soluções se não for demonstrado aos “homens do poder” como fazer. Contrário a isso, o risco iminente de politicagem eleitoral. Não podemos esquecer que 2010 é ano de eleições e que comunidades “organizadas” podem ser excelentes palanques e palafitas.

As escolhas de representantes precisam ser pensadas e repensadas. Os candidatos estudados a fundo no campo das idéias, na disponibilidade para o trabalho e na vontade de servir à comunidade. Há muita gente por aí com pensamentos maiores que às associações, quiçá o palácio dos poderes e a câmara legislativa em 2012.

Muitos legisladores que esquecem dos bairros no decorrer de seus mandatos e que só se lembram de mostrar a cara nas reuniões para a formação de novas associações de moradores. Vejam: Lucas tem 11 bairros oficializados, nove vereadores e vários destes bairros esquecidos.

Vamos, sim, ser cidadãos. Nos preocupar com a coletividade humana e promover, da melhor forma, a qualidade de vida das localidades, estejam elas na zona urbana ou no campo. Vamos eleger presidentes de bairros comprometidos com as ações coletivas e descompromissados com o enriquecimento ilícito. Vamos acreditar no povo, em seus representantes fiéis; naqueles que nunca tiveram diplomas de cargos públicos. Certamente entre estes consigamos encontrar alguém sem vícios políticos, dispostos à luta e vanguardista no campo das idéias.

A aproximação da Secretaria de Ação Social das comunidades não é favor do poder público, mas obrigação dos bons administradores. Sabemos que Lucas tem como representante da pasta uma mulher, Maria Sidinir, que em toda sua história mostrou preocupação com a raça humana, com o cidadão. Precisamos, então, aproveitar sua disponibilidade, discutir suas idéias e usufruir dos benefícios sociais que, como administradora da Secretaria, ela puder trazer à sociedade.

Vamos, sim, investir no associativismo, na troca de idéias, nas ações pró-ativas, no empreendedorismo do serviço social, na certeza de que nada está perdido e que juntos podemos cada vez mais!