segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Sustentabilidade é a palavra de ordem para a Unimed Cuiabá


O desenvolvimento sustentável continua sendo uma pedra no sapato dos governantes e presidentes de empresas. Afinal de contas é possível crescer e se desenvolver economicamente sem causar prejuízos ambientais?

Quando se pensa no desenvolvimento de uma cidade tem que se levar em conta três pilares importantes: infra-estrutura, comércio e indústria. É impossível para um município como Cuiabá, por exemplo, com cerca de 3 milhões de habitantes, gerar emprego e renda sem que um pólo industrial seja instalado. O economista Fabiano Frata defende a tese de que não adianta apenas produzir grãos e investir na pecuária porque é preciso qualificar e empregar a mão-de-obra local para atender a demanda, aumentar o consumo e gerar renda. A questão é: como fazer isso sem agredir o meio ambiente?

"É um grande engodo acreditar que a preocupação ambiental possa se sobrepor aos interesses econômicos de forma imediata. Quando se fala em indústria, principalmente, isso fica evidente. Se o empresário tem uma área de 50 mil hectares que possa ser desmatada para produzir cana e transformar em Etanol ele faz isso sem pensar em outra coisa que não a renda que será gerada. Embora traga prejuízos ao meio ambiente ele gera emprego, renda, paga impostos... Enfim, ajuda no desenvolvimento sócio-econômico da cidade onde está instalado. E qual governante não quer isso?", pergunta.

Em contraponto, o ecologista Abel Nacimento garante: sem sustentabilidade a vida ficará mais difícil a cada dia. Vão faltar recursos naturais como ar puro, água limpa, proteínas, vegetais e minerais para as próximas gerações e sem gente não há economia que sobreviva.

"Núimeros da Organização das Nações Unidas (ONU) revelam que vivem hoje no planeta cerca de 6,9 bilhões de pessoas, quando a capacidade média de vida sustentável na terra é de aproximadamente 4 bilhões. É preciso encontrar um equilíbrio entre preservação ambiental e desenvolvimento territorial para que a natureza faça sua parte", explica Abel.

De acordo com a ONU, desenvolvimento sustentável significa utilização dos recursos naturais de forma plena sem prejuízo as gerações futuras. Tema que foi debatido durante a ECO 92, no ano de 1992, no Rio de Janeiro, com chefes de estado de vários países. Naquele encontro, todos assinaram um acordo para diminuir a emissão de gases que causam o efeito estufa, despoluir rios, lagos e lagoas, replantar árvores e garantir o sequestro de carbono. Muitos trabalham para isso, mas outros como os Estados Unidos e até o Brasil não estão fazendo o dever de casa.

"É possivel sim desmatar e gerar progresso desde que se replante as áreas verdes. As indústrias são necessárias, mas o oxigênio é fundamental à vida. Se vamos derrubar 1000 árvores, precisamos replantar pelo menos 2 mil. É fácil progredir e garantir a vida. Por que jogar esgoto in natura nos nossos manaciais, porque não tratá-los? Quem ganha com isso? Mesmo os empresários vão sofrer as consequências do clima e da revolta da natureza. Precisamos pensar o verde para garantirmos a vida", concluiu Abel Nascimento.

Unimed ganha Selo Verde

A polêmica continua e encontrar o equilíbrio entre desenvolvimento econômico e ambiental é uma discusão que ainda vai mexer com a cabeça de muita gente por aí. Mas já há empresas garantindo seu crescimento sócio-econômico e preservando a natureza. É o caso da Unimed Cuiabá: a primeira no brasil a neutralizar 100% do carbono produzido. A empresa decidiu investir na preservação ambiental como forma de melhorar a qualidade de vida na terra e agregar valor aos seus produtos e serviços. O prmeiro passo foi determinar a utilização de 100% de papéis recicláveis. Depois veio a eliminação dos copinhos descartáveis, a economia de água e a redução no consumo de luz. Aos poucos, a empresa foi criando nos seus mais de 600 colaboradores a chamada consciência ambiental.

Mais tarde, a diretoria decidiu eliminar em 100% a emissão de carbono produzida pelos carros de clientes e colaboradores que utlizam o estacionamento da sede em Cuiabá. Medidas simples, mas fundamentais para agregar valor ao negócio do grupo e melhorar a qualidade de vida de todos. O projeto custou apenas R$ 25 mil para a empresa.

"Nâo tem mais porque deixar de pensar no meio ambiente. Sustentabilidade é palavra de ordem. Os recursos naturais são finitos e estão se esgotando a cada dia. Se podemos usar copos de vidro e lavá-los para reutilizar por que não fazer isso? Por que não dar preferência aos papéis reciclavéis, diminuir o consumo de água e usar a energia elétrica de forma racional? Com estas medidas economizamos dinheiro, tempo e ainda geramos qualidade de vida para todos. A empresa não perde nada só ganha", explica a coordenadora do projeto Maria Alice.

O projeto chamou a atenção de ambientalistas. Ano passado, a Unimed Cuiabá recebeu o Selo Verde Elcoméia que certifica as empresas preocupadas com desenvolvimento sustentável. A cooperativa participa, ainda, o projeto Verde Rio que até 2020 vai recuperar toda a mata ciliar dos 3 principais rios de Mato Grosso. Já plantou 2.550 árvores e desenvolve a educação ambiental em comunidades carentes.