Você certamente já deve ter ouvido falar ou conhece alguém
do tipo insatisfeito: aquele sujeito que reclama de tudo e é sempre do contra. Pra
ele nada está bom! Se tá calor o cara quer frio. Se você traz um doce ele diz
que está de dieta, mas não deixa de lado o cafezinho melado! Se a turma combina
pra ir ao cinema ele diz que vai fazer uma pipoquinha e assistir um filminho em
casa mesmo, embora todo dia reclame das repetições tão comuns na televisão.
O pior de tudo é que além de rabugento o sujeito é descansado.
Reclama da política, mas a cada eleição repete o voto. Fala mal do pãozinho da
esquina, mas tem preguiça de andar até a outra padaria onde o francês sai quentinho de hora em hora. Não
gosta do emprego e da empresa em que trabalha, mas na maioria dos casos pede
aposentadoria ao patrão que assinou sua carteira há mais de trinta anos.
Reclama dos juros, mas não sai de casa sem o maldito cartão de crédito.
Dizem que está no DNA de quem nasce nesta terra esperar pelo
outro e pôr a culpa em alguém. Pedro Paulo reclama todo santo dia da conta de
luz. Diz que o governo é pilantra, corrupto e que sobretaxa a energia há pelo
menos 16 anos. Mas, dias desses, tive que o esperar por cerca de trinta minutos
enquanto ele relaxava debaixo de um chuveiro elétrico pra se livrar do
estresse! O cara é maluco, quase um psicopata. É também descarado. Veja você
que quando saiu do banho, na maior nice,
depois de gastar milhões, o malandro se revoltou com o filho só porque o garoto tinha ligado um
ventiladorzinho pra se refrescar dos quase 40 graus que torrava o Rio naquela
sexta-feira de verão. Aos berros, ele exigia economia! Pode?
A mulher, dondoca frustrada, já que sempre colocou o chapéu
além do alcance, todo mês gasta os tubos com gasolina para ir bater-perna no
Centro da cidade, embora o metrô que passa na sua porta faça a mesma viagem em
menor tempo e por preço muito inferior. Ela diz que andar de coletivo é coisa
de pobre e que é de classe média; pelo menos acredita! Se vivesse na Europa
certamente pensaria diferente: por lá as pessoas estão mais preocupadas com a
coletividade e a sustentabilidade financeira e ambiental.
No estrangeiro, comodismo e ostentação soam mal e cada uma
faz a sua parte. Por aqui a tal da lei do Gerson ainda é moda. Gente que se diz
bacana, séria e compromissada, e que até reclama da corrupção, não vê qualquer
problema em fazer um gatinho na luz, desviar o sinal de TV a cabo, subornar
alguém na fila, o guarda no trânsito ou o funcionário público pra liberação de
um documento digamos rasurado! Isso é ou não é ser do contra? Ver todo isso e
não falar ou fazer nada é ou não é comodismo?
Coisa de brasileiro?
Falando verdade, como sempre!
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ResponderExcluirÉ isso ai, não há outra alternativa concreta que não a verdade. Obrigado por sua visita. Te amo.
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