sábado, 1 de agosto de 2009

Ultimato

Muitas vezes pecamos em acreditar que tem que vir do outro a nossa oportunidade de melhora, de crescimento. Acreditamos sempre que fizemos a nossa parte e que se tudo está errado não temos culpa. Até mesmo o Sol brilha por pura obrigação! E as tempestades, essas são culpa dos outros.

Acordamos e pedimos bênçãos para um dia melhor, mas esquecemos, sumariamente, de agradecer pelo pão de ontem. Pedimos novas oportunidades de trabalho, mas esquecemos de recordar os erros anteriores para usufruir de forma consciente daquilo que está por vir.

Sem percebermos, nos tornamos rudes, frios, duros e nada pragmáticos. Exaltamos, ainda que inconscientemente, os erros e aflições dos outros. Estiramos o dedo sobre a ferida alheia sem oferecer um antídoto contra o mal. Mas sempre que a pedra nos dói no pé pedimos colo. Assim é a vida. O cotidiano. O dia-a-dia.

Nossa visão turva nos impede de enxergar as oportunidades que estão à nossa frente. A cada esquina nos deparamos com cidadãos vendendo balas, catando recicláveis, se expressando artisticamente em troca do pão. Mas para nós que continuamos cegos, são apenas pobres coitados. Que pena, estes sim sabem o valor de arregaçar as mangas e não perdem tempo "pedindo esmolas" à espera do amanhã.

Indiferentes a causa, continuamos batendo às portas das empresas, mandando e-mails, escrevendo blogs, acessando o twitter e participando das inúmeras dinâmicas em grupo. Acordando cedo para enfrentar mais uma fila na porta do Serviço Nacional de Empregos. E o pior, depois de ter feito a mesma coisa durante os últimos tantos meses.

Todos os dias vemos manchetes versando sobre demissão nas grandes redações do país. São colegas que contribuíram anos e anos para o crescimento de jornais, revistas, rádios e TVs e que agora vão engrossar o coro dos descontentes. Centenas de profissionais que vão acordar e esperar. Mover-se, vez em quando, em direção à fila do SINE mais próximo sem qualquer perspectiva de melhora.

Vamos parar de esperar e agir. Somos comunicadores. Precisamos mostrar ao mundo que podemos mudá-lo sim, começando do nosso próprio umbigo. Vamos meter as mãos na massa. Criar nossos veículos de expressão. As oportunidades estão diante de nós, só precisamos enxergá-las.

Se não podemos escrever para os leitores do nosso Estado, então vamos colocar nossos rabiscos nos jornais de bairro. Se não nos deixam falar nas grandes AMs e FMs, então recorramos às rádios comunitárias. Se acreditamos na credibilidade de nossa imagem por que não investir nas WebTvs e nos canais fechados? Quer ser visto por milhões de pessoas? Então utilize o twitter para que te sigam através dos teus blogs e websites. Não gostou de nenhuma dessas idéias, ainda te resta uma oportunidade: torne-se assessor de imprensa e ajude a divulgar a imagem de empresas e pessoas nestas mesmas mídias.

Colegas: precisamos nos mexer! Acabaram de rasgar nosso DIPLOMA, mas não conseguiram nos tirar o conhecimento. Esse é só nosso e podemos ainda comercializá-lo. Não há mais exigência do curso superior para exercício do jornalismo, mas é preciso estar preparado. Olhe aí mais uma oportunidade: vamos preparar os novos “jornalistas”. Que tal vendermos nosso conhecimento?

O importante é parar de esperar que tracem o nosso caminho. Vamos pôr o pé na estrada. Lutar pela nossa vida, gente! Se for preciso, vamos pra rua catar papelão, Pets, alumínio, ferro... Dançar, cantar, recitar poesias nas praças. Vender pamonha, refrigerante e pipoca nos sinais. Ou então, deixar a preguiça e o comodismo de lado e fazer jornalismo de verdade e independente! A escolha é nossa!

2 comentários:

  1. Tenho lido e ouvido manifestações interessantes a respeito em blogs e poadcasts, respectivamente.

    Se por um lado nosvos 'jornalistas' estão exultantes, já que depois da pichotada do STF, todos e quaisquer blogueiros e afins foram 'promovidos'; leitores conscientes estão se manifestando contra a descabida decisão.

    Desde já, todos estamos preocupados com a qualidade e credibilidade das informações que as futuras gerações receberão através da imprensa.

    Do colega e leitor,
    Leo Pinheiro

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  2. É isso ai Robson. Ninguém pode traçar nosso caminho e sempre há o que fazer para não perdermos a nossa dignidade, até tornarmo-nos um João Ninguém. Vc já notou que muitas pessoas chegam ao fundo do poço e culpam o destino? Absurdo! bjs

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