segunda-feira, 22 de março de 2010

Carta ao Luverdense II


Mais uma vez a equipe da TV Conquista, chefiada por mim, jornalista Robson Fraga, foi impedida de trabalhar dentro do Etádio Passo das Emas, estádio do Luverdense Esporte Clube, em Lucas do Rio Verde. Logo no início do campeonato mato-grossensse, alguns jogadores foram impedidos pela diretoria de nos dar entrevista. Por duas vezes nossa equipe não pôde filmar os treinos, embora caiba à imprensa divulgar a preparação da equipe bem como seus jogos. Afinal de contas, somos nós que trazemos à torcida um extrato do dia-a-dia dos clubes dentro de um campeonato.

No último domingo (21), num jogo onde o LEC venceu o Sinop por 1 a 0, o atacante Paulinho Marília foi impedido de nos dar entrevista. Quando estava posicionado para falar, um dos representantes da diretoria o tirou de cena como se esta agressão à imprensa fosse coisa natural. Parece-nos incomum que dirigentes de clubes de futebol tenham medo de críticas, pois como todos sabemos são elas que nos fazem abrir os olhos e enxergar novos caminhos. Mas sempre que alguém ousa emitir opinião contrária a dos dirigentes do Luverdense é recebido ou respondido com agressões verbais, destempero e ofensas.

É preciso mais uma vez lembrar que a liberdade de expressão está apregoada pela Constituição brasileira e que alegar desconhecimento da lei também é crime. Bem como ofensas verbais que podem ser enquadradas no código civil gerando processo contra os ofensores. É bom que se saiba que assédio moral também é crime e que nesse caso o ofendido está livre do ônus da prova, já que este tipo de agressão quase sempre é feita pelo agressor longe dos holofotes.

Quando tentávamos gravar entrevista com o atacante Paulinho Marília, que marcou o gol da vitória do LEC, apenas queríamos ouvir o que pensava o jogador, mas o mesmo foi impedido, de forma truculenta, de falar conosco enquanto para outras equipes de televisão, rádio e jornal, principalmente as que vêm de fora puderam trabalhar.

A opinião dos dirigentes não pode se sobrepor a dos jogadores. Sabemos que o time não tem nada a ver com estas agressões. São profissionais que cumprem ordens. Portanto, queremos relembrar aos dirigentes do clube: liberdade de imprensa é primordial na divulgação de qualquer time dentro dos mais diversos campeonatos de futebol do país.

Não sigam o exemplo de Eurico Miranda que por tantos anos dirigiu o Vasco da Gama, no Rio de Janeiro, avesso às leis, à liberdade de expressão e à lei de imprensa. Pode ser que no futuro a torcida não queira nem ouvir falar dos atuais gestores do Luverdense, como aconteceu com o ex-deputado do colarinho branco. A torcida do LEC merece ver cenas melhores dentro de campo e fora das quatro linhas.

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