terça-feira, 6 de abril de 2010

Carta aos Jornalistas


Foi-se o tempo em que os focas tinham vez nas redações de todo o país. A etapa do “me ensina que faço”, ficou para traz. O jornalista moderno precisa ser ousado, estar apto às mudanças imediatas que a profissão exige e ser, sobretudo, pró-ativo. Não há mais tempo para esperar a pauta, pensar o texto, aguardar o motorista, o fotógrafo ou cinegrafista e... É preciso tomar as rédeas da caravana e tocar os bois.

No jornalismo de hoje, onde tempo-real é necessidade na informação, tem que ter time, foco, perseverança, raciocínio lógico e perspicácia, sobretudo perspicácia. A internet está aí disposta, a todo tempo, em ser a produtora das redações. De forma menos burocrática, mais democrática e acessível que qualquer mortal. Nossos colegas, mesmo sem serem pagos para isso, nos pautam com suas matérias que nos servem de suíte para novos olhares.

Reescrever uma história não é plágio quando lembramos que a informação é plural, pública, de domínio de quem ler e, empiricamente, a absorve. Porque então o pudor burro e anti-profissional de achar que a informação tem dono? Que a mágoa submersa no orgulho te leva a outros caminhos ideológicos e tardios? Estamos vivendo o século XXI, a tecnologia da informação, a pluralidade dos fatos e a fome diária, e instantânea, de notícias.

Entrevistas são dadas todos os dias de forma coletiva aos mais diversos veículos e pares. Cabe ao profissional da informação contar a história na minúcia que melhor convir a ele a ao veículo que representa. Fazer suítes simplesmente é observar por outro ângulo a história que foi contada com falhas ou apenas por cima. É preciso aprofundamento dos fatos quando o espaço na página do impresso ou na grade eletrônica permitir. Caso contrário, faz-se necessário apenas recontar, com conteúdo, a mesma história sob um novo olhar.

Quem está na redação tem que se obrigar a ler, ouvir, assistir os mais diversos veículos de informação. Criticar o fato, a notícia, a fala, a escrita, a dicção, a apresentação do material porque a crítica ao outro é muito mais uma autocrítica. Pense nisso. Reflita! Torne-se um jornalista melhor. Se você começou hoje pense grande, seja jornalista e ultrapasse a etapa onde todos os iniciantes eram chamados apenas de focas tendo como sobrenomes José, Maria, Antônio, Washington,Robson, etc., seus nomes de batismo!

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