sexta-feira, 3 de julho de 2009

Brasil. O paraíso da corrupção


Depois de tanta luta finalmente chegamos a era em que um cidadão vindo do operariado assume a presidência do país e nos faz acreditar que não mais seremos paus mandados da elite engravatada e arrogante que durante anos geriu da forma que mais lhe convinha a administração do Brasil. Foi bom ver que o povo está consciente e que não vende mais seu voto em troca de santinhos ou dentaduras. Mas, infelizmente, nem tudo é perfeito. De repente, acordo e leio nas manchetes dos jornais que Antônio Carlos Magalhães e Jader Barbalho voltaram ao Congresso Nacional. Pior ainda, ACM queria ser presidente do Senado. Há pouco tempo, tanto ele quanto o Barbalho renunciaram aos seus cargos, acusados de corrupção, para não se tornarem inelegíveis e agora voltarem para o mesmo lugar de onde saíram como se nada tivesse acontecido. Agora, ACM vive um novo dilema: ser cassação ou renúncia! Coisas do Brasil.

No Rio de Janeiro, foi desmascarado mais um corrupto que precisou de apenas três anos no governo para desviar alguns milhões de dólares dos cofres públicos para o exterior. Um tal de Silveirinha, fiscal da receita estadual. História que me remete aos velhos anões do orçamento. Lembram deles? Naquela ocasião, o fruto do roubo do INSS também havia sido mandado para paraísos fiscais como a Suíça. Grande parte daquele dinheiro até hoje não se conseguiu recuperar. Daquela corja fazia parte o deputado Francisco Alves que subjetivava minha inteligência dizendo que sua fortuna era fruto de muita sorte no jogo. Segundo ele, Deus o havia abençoado com várias premiações na Loteria Federal. Mais tarde veio o “Lalau”. Um juiz pago pelo povo para defender o Direito que não soube direito como explicar o desvio de verbas da construção do Tribunal Regional do Trabalho, em São Paulo.

Parei para pensar e vi que tudo continua como antes. Aqui no Rio de Janeiro os servidores fecharam os hospitais, as escolas e a universidade do Estado cobrando do executivo o pagamento do décimo terceiro salário que até hoje não saiu. A governadora Rosinha Matheus, culpa Benedita da Silva, sua antecessora, pelo déficit público causado pela má administração dos recursos estaduais. Mas Bené agora nem rebate as acusações, anda ocupada demais comandando um ministério “social” no governo federal. Enquanto isso, a CPI da corrupção instaurada pela Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro sugere que o marido da Rosinha, o Garotinho, também tem culpa no cartório. Afinal, foi durante seus três anos de governo que a Inspetoria de Grandes Contribuintes foi criada, o que culminou com o desvio de R$ 33 milhões dos cofres estaduais. Foi de lá que saiu o tal Silveirinha que segundo Garotinho era apenas “o sub do sub”.

Sem saber mais o que dizer para ao funcionalismo estadual, a Rosinha se tornou uma metralhadora giratória. Ora põe a culpa na Bené, ora no Palocci, alegando que o décimo terceiro não sai porque o governo federal não está tratando o Rio de Janeiro com o mesmo dengo que trata aos outros Estados. Ora bolas: ele quer que a União libere o Estado da obrigação de repasse dos recursos oriundos do ICMS carioca. Mas veja: se todos os Estados deixarem de cumprir suas obrigações fiscais para com a União de que viverá o país? Deixemos, então, que os servidores encontrem os culpados pelo não pagamento de direitos trabalhistas.Mas tentarei ser outra vez um otimista e acreditar num futuro melhor para o Brasil. É o que me resta, afinal sou brasileiro, com muito orgulho e com muito amor. Não me permito acreditar que um presidente vindo do povo possa passar para o outro lado só porque agora ele tem estilista para calçados personalizados, escreve com Pena e veste Armani.

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